Em um desabafo em suas redes sociais, a Ialorixá Mãe Iara D´Oxum denunciou que foi vítima de racismo religioso. O caso aconteceu na última sexta-feira (24), em Cajazeiras, em um salão de beleza no Salvador Norte Shopping, na capital baiana. No vídeo ela conta que uma funcionária do estabelecimento se negou a atendê-la porque ela estava usando vestes características de religiões de matriz africanas.
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“Aos 57 anos, eu, uma mãe de família, ainda tenho que me prestar a esse papel na delegacia, contra pessoas. No Shopping Norte, eu fui fazer a unha e ela disse eu que não atendo esse povo. Por que eu estou de branco? Sexta-feira? E eu não vou me calar. Intolerância religiosa nunca mais. Todo mundo me olhando como se eu tivesse roubado, matado. Foi horrível. Uma sensação de impotência”, disse ela, no vídeo.
Em outro momento, a Ialorixá contou que tinha ido ao salão fazer a unha, mas que a manicure teria dito “eu não faço a unha disso aí”, e em seguida teria chamado ela de macumbeira. “Ela vira e pega a unha de uma branca na minha cara”, acrescentou. A Ialorixá conta ainda que a segurança do shopping e Polícia Militar foram acionados.
Mãe Iara é responsável pelo terreiro llê Tomin, e idealizadora da Caminhada da Pedra de Xangô. O caso foi registrado como racismo na 12ª Delegacia Territorial (DT/Itapuã). Em nota, a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (SEPROMI) informou que acionou a rede de combate ao racismo e à intolerância religiosa do estado e se colocou à disposição para atender à ialorixá.
“Sobre o caso de racismo sofrido, na última sexta-feira, dia 24/05, por Mãe Iara D’Oxum, a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais – SEPROMI, informa que acionou a Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa do Estado da Bahia e se colocou a inteira disposição para atender a ialorixá”, informa o comunicado.
Depois da denúncia, a Ialorixá juntos de outros fieś de religiões de matriz africana foram protestar no shopping, em frente ao salão, que ainda não se pronunciou sobre o assunto.
O Notícia Preta entrou em contato com a Polícia Civil para saber mais detalhes sobre o caso. Mas até o momento não obteve retorno.