O Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), em Natal (RN), confirmou que realizou um transplante de rim em um paciente “equivocado”. O caso ocorreu na última semana e foi divulgado nesta terça-feira (23).
Os dois pacientes estavam na fila para transplante renal, e o erro ocorreu porque seus nomes eram muito semelhantes, o órgão foi alocado ao indivíduo errado. O rim transplantado não era compatível com o tipo sanguíneo do receptor indevido, provocando reação de rejeição. Após a cirurgia, o órgão foi removido e o paciente foi transferido para a UTI, em isolamento e sob monitoramento.
O hospital afirma ter notificado os órgãos oficiais, oferecido acompanhamento clínico e suporte psicológico, e instaurado processo interno com prazo de conclusão estimado em 60 dias. Além disso, destacou que atua em transplantes renais e de córnea desde 1998, e que já realizou mais de 800 desses procedimentos ao longo de sua história.
Este tipo de erro é considerado de alta gravidade, dado que envolve órgãos, compatibilidade imunológica e risco de danos irreversíveis ao paciente. A falha na verificação de compatibilidade sanguínea ou tipo HLA pode levar a resposta imunológica agressiva, insuficiência do órgão e risco de morte.

Casos semelhantes
Embora raros, erros em transplantes já foram registrados no país:
- Rio de Janeiro (2023) – Duas médicas foram denunciadas por homicídio culposo após realizarem um transplante de rim em paciente errado. O erro teria ocorrido devido à semelhança entre os nomes dos receptores.
- São Paulo (2017) – Um hospital público foi condenado a indenizar uma paciente após interromper um transplante renal por incompatibilidade do órgão. O caso resultou em condenação por danos morais devido às falhas no processo.
A repercussão do caso levantou questionamentos sobre falhas sistêmicas nos controles hospitalares, além de implicações éticas, legais e de responsabilidade institucional.