Homens que agridem mulheres tiveram infância violenta, aponta estudo

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Um estudo realizado por Cleber Giliard Rodrigues Miranda, investigador da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), revelou que homens autores de violência doméstica, que participam de grupos reflexivos, apresentam histórias de infância marcadas por violência e abusos contra suas mães. Os encontros são realizados desde julho de 2022, e até o momento, 18 grupos já foram criados com cerca de 150 participantes.

A pesquisa foi realizada tendo em vista à falta de tratamento para agressores e à recorrência frequente de casos. A obrigatoriedade, estabelecida em 2020 na Lei Maria da Penha, de participação dos agressores em grupos reflexivos, despertou o interesse do pesquisador e o levou a conduzir a pesquisa no programa implementado na cidade.

Estudo foi feito com base em análise feita em grupos de homens agressores, em Minas Gerais / Foto: FreePik

Os encontros, realizados semanalmente, revelaram que, inicialmente, os agressores não reconheciam os seus atos como violência. Após 12 encontros, eles começam a perceber a natureza de suas ações e adotam uma visão mais crítica. O não comparecimento às reuniões, agora passível de notificação judicial, torna os agressores mais conscientes das consequências legais.

Após alguns encontros, os participantes desenvolvem um “pacto da masculinidade” e tornam-se mais abertos a expressar sentimentos. Os temas abordados incluem a construção social do homem, direito à emoção e influência familiar na violência doméstica. Os agressores passam a reconhecer suas experiências como vítimas na infância e expressam o desejo de não reproduzir tais comportamentos.

Segundo o pesquisador, que trabalha no Núcleo de Atendimento à Ocorrências de Maus-Tratos aos Animais em Juiz de Fora, e atuou por 12 anos na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), antes de serem levados aos grupos de forma compulsória, os agressores tinham mais sensação de impunidade. “Reincidiam e achavam que nada ia acontecer“, disse o pesquisador ao Estado de Minas.

Além disso, o pesquisador afirma que neste caso, a partir da avaliação dos grupos, os agressores têm idades que variam de 18 a 70 anos, e são de diversas classes sociais e raças diferentes.

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Até o momento, não houve nenhuma recaída nos grupos. No entanto, os resultados ainda estão em fase inicial e a análise completa ainda está em andamento. Mesmo assim, a equipe considera que o programa está cumprindo seu objetivo ao promover mudanças perceptíveis nos participantes, incentivando a reflexão sobre suas atitudes e o rompimento do ciclo de violência.

Lucas Santos

Lucas Santos

Lucas Santos é estudante de comunicação social, com habilitação em Rádio e TV pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Ingressou na TV UFMA em novembro de 2022, trabalhando na produção de pautas jornalísticas e reportagens. Em junho de 2023, começou a estagiar na TV CIDADE, afiliada da RECORD. Atualmente, Lucas continua trabalhando com jornalismo diário na TV UFMA, exercendo a função de produtor e repórter. Além disso, faz trabalhos com fotografia, gerenciamento de redes sociais e redação.

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