O mecânico Antonio Claudio Alves Ferreira, condenado a 17 anos de prisão por depredação no Palácio do Planalto durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, deixou o presídio em Uberlândia, Minas Gerais, na última quarta-feira (18). Ele foi responsável por quebrar um relógio histórico do século 17, peça de valor simbólico e cultural da República.
Ferreira recebeu autorização da Justiça para progressão ao regime semiaberto após cumprir 2 anos e 4 meses de pena. De acordo com a decisão, ele atendeu aos requisitos legais, como cumprimento do tempo mínimo de detenção e boa conduta carcerária.

A decisão também determina o uso de tornozeleira eletrônica. No entanto, segundo o juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, não há disponibilidade do equipamento no estado de Minas Gerais. O magistrado informou que a falta de tornozeleiras não pode impedir o direito do condenado à progressão de regime e que não há previsão para a regularização da situação.
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Antonio Claudio foi condenado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Ele ficou conhecido por ter destruído o relógio de Balthazar Martinot, peça trazida ao Brasil em 1808 pela família real portuguesa.
O relógio, avaliado como patrimônio histórico da União, foi uma das peças danificadas durante a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, no 8 de janeiro de 2023.