A goleira Kaká Sant’Anna, que já passou por times como o São José, Botafogo, Flamengo e Hapoel Katamon de Israel, falou exclusivamente com o Notícia Preta no Dia Nacional do Futebol, comemorado nesta quarta-feira (19). A jogadora falou sobre o avanço do futebol feminino no Brasil, sobre a Copa do Mundo Feminina que começa nesta quinta-feira (20), e analisou as chances da seleção brasileira de ser campeã desta edição.
Depois de atuar como goleira em vários times dentro e fora do Brasil, a jogadora enxerga que hoje as oportunidades para as mulheres no futebol brasileiro, estão bem maiores. “As oportunidades estão crescendo cada dia mais, e vejo isso como um grande desenvolvimento para o futebol feminino!“, diz Kaká.
Sobre os problemas que o futebol feminino enfrenta, e os principais desafios para poder tornar o futebol feminino brasileiro cada vez mais potente, a jogadora destaca uma série de fatores.
“Muitos profissionais agem de má fé ou não trabalham como deveriam trabalhar, mas [os maiores desafios para tornar o futebol feminino mais potente] é ter mais transparência no futebol, sendo firme nas decisões e não cometer injustiças por simplesmente ter o poder de mudar as coisas. É preciso simplesmente respeitar as atletas!”, desabafa Kaká.
Nesta última temporada que defendeu o Hapoel Katamon, em maio deste ano, Kaká foi eleita e premiada como a melhor goleira da primeira liga de Israel. Com alguns troféus conquistados ao longo da carreira, como esse, anos de experiência e passagens por grandes clubes, a atleta agora também está atenta ao campeonato mundial feminino, que está chegando.
Com a expectativa de que esta edição da Copa do Mundo de Futebol Feminina tenha a maior audiência de todos os tempos, e com o governo brasileiro pela primeira vez concedendo ponto facultativo nos jogos do Brasil, a goleira analisa essa próxima competição.
“Bom, um passo foi dado de suma importância sim, mas muitos não veem esse ponto facultativo como algo bom. Por que? Fica essa pergunta”, comenta a atleta, que defende que o futebol protagonizado pelas mulheres ganhe destaque nacional durante todo o ano.
“Sim, ela [a Copa Do Mundo Feminina] está sendo a maior de todos os tempos porque passaram a ver o futebol feminino como um grande negócio também, isso é bom, mas espero que pós copa continue. Não adianta ser sempre assim, perto da copa vir as grandes emissoras querendo apresentar o futebol, sendo que ele já está inserido a muito tempo no cenário esportivo“.
Sobre as chances da seleção brasileira na disputa, a goleira demonstra uma expectativa positiva, reitera a importância de uma vitória para todas que ao longo de todo o ano vivem o futebol feminino.
“Vejo uma copa que pode surpreender a todos, e vejo o Brasil brigando por título, pode ser que sim. Um passo de cada vez tem que ser dado, os adversários mudam e vencer todos os jogos vai te fazer campeão. Agora eu pergunto: foi o melhor elenco ou poderia ter outras jogadoras? Mas espero que esse elenco seja o elenco vencedor de uma copa. Vejo o pessoal comentar que a Marta precisa desse título, mas não é a Marta que precisa ,somos nós todos que lutamos, que acreditamos ano após ano que um dia o esporte será visto por todos de verdade”.
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