A Hutukara Associação Yanomami e a Urihi Associação Yanomami acusaram, na última quarta-feira (7), garimpeiros ilegais de incendiar UBS em Terra Yanomami. As imagens foram divulgadas como denúncia nas redes sociais das associações e mostram o posto de saúde destruído.
A suspeita das associações é que o incêndio é uma forma de retaliação, após a operação Guardiões do Bioma, do Ibama e da Polícia Federal, queimar equipamentos utilizados pelos de garimpeiros na localidade na última segunda-feira (5). Ainda em curso, a operação combate a extração ilegal de minérios e outros crimes ambientais na Terra Yanomami, e já resultou em destruição de aviões dos garimpeiros.
“É uma série de acontecimentos e prejuízos a vida da população Yanomami, e as mínimas ações não estão surtindo efeitos positivos. É preciso garantir qualidade de vida ao usuário indígena bem como salvaguardar seus direitos garantidos na Constituição, dentro do que é possível e exequível neste momento. São 700 Yanomami sem atendimento de saúde há mais de um ano, e, reféns da invasão garimpeira“, diz nota da associação Uhiri.
Leia mais: PF investiga desvio de recursos públicos para a compra de remédios para crianças Yanomamis
Mulher é resgatada de trabalho análogo à de escravidão no interior de São Paulo
Ainda na publicação, a associação citou outras situações relacionadas ao garimpo na região, como o uso impróprio por garimpeiros da pista de voo de atendimento à saúde de Homoxi e o assassinato de um jovem indígena da região. Outra situação relembrada na nota é que, nas proximidades da UBS de Homoxi, que foi incendiada, havia uma cratera no solo e que a UBS estava desativada desde 2021 devido às ameaças de garimpeiros aos profissionais de saúde.
Já a associação Hutukara reforçou o pedido para proteção dos povos indígenas: “Nós povos Yanomami precisamos urgente de proteção dos meus parentes, as crianças estão morrendo de doenças e desnutrição por devastação do meio ambiente da nossa terra“.
O posto de saúde era responsável pelo atendimento de mais de 700 indígenas da Terra de Yanomami e o único da região, sendo possível o acesso apenas com avião.
A equipe da reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde para saber mais informações sobre como ficará a assistência à população de Homoxi, mas até a publicação desta matéria, não obteve retorno.