Um novo projeto audiovisual está em fase de produção, com foco contar a narrativa e realizar uma correção histórica sobre Tereza de Benguela, uma líder quilombola que faleceu em 25 de julho de 1770. O filme foi concebido para ser realizado em Vila Bela da Santíssima Trindade e nas regiões adjacentes, no estado de Mato Grosso, com a finalidade de resgatar a terra de Tereza.
Além disso, a equipe de produção é composta por um grupo de mulheres negras em posições de liderança. Segundo o produtor e idealizador, Thiago Brianti, Eva Pereira fica à frente da direção, que possui mais de 20 anos de experiência como roteirista e produtora, sendo reconhecida como uma das principais cineastas da região Norte.
A equipe também conta com Silviane Ramos, pesquisadora, produtora cultural afro e consultora em história e letramento racial, que é descendente da própria Tereza de Benguela. A obra cinematográfica foi aprovada pela ANCINE, por meio da Rondon Filmes, empresa de propriedade do produtor Rodrigo Piovezan.
A diretora Eva se dedica à elaboração de um projeto inovador e audacioso, em parceria com sua equipe. O foco é revelar ao público os eventos que moldaram a jornada de Tereza, desde a época da escravidão até o ápice de sua liderança no quilombo. A captação do filme está sob a responsabilidade do empresário Pedro Jamil, que é da região do Mato Grosso.
A proposta começou em 25 de julho de 2024, data que comemora os 254 anos do falecimento de Tereza e também celebra o Dia da Mulher Negra no Brasil. As filmagens estão programadas para começar em 25 de julho de 2025, quando se completarão 255 anos da morte de Tereza de Benguela.
Tereza de Benguela
Icônica figura feminina na resistência à colonização, foi uma mulher negra que desafiou as amarras da escravidão no Brasil. Durante o século XVIII, Tereza liderou o Quilombo do Quariterê, que abrigava mais de 100 pessoas, localizado onde hoje é o estado do Mato Grosso, por cerca de duas décadas. Pouco se sabe sobre essa comunidade, a não ser o que foi registrado em dois manuscritos que descrevem sua destruição em 1770.
Ao ser descrita e comparada às rainhas africanas conhecidas na época, registros indicam que as autoridades coloniais que tentavam eliminar o quilombo viam Tereza como uma figura
imponente. Ela é lembrada na história como alguém que dedicou sua vida à luta contra a escravidão, sendo reconhecida como representante do Dia da Mulher Negra no Brasil.
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