Festival Perifericu celebra processos artísticos LGBTQIA+ realizados nas periferias

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O Perifericu – Festival Internacional de Cinema e Cultura da Quebrada, evento que tem como objetivo valorizar as diferentes manifestações e processos artísticos da população LGBT+ periférica, acontece presencialmente de 9 a 13 de fevereiro. O festival, que está previsto para acontecer de forma itinerante pelas favelas da Zona Sul de São Paulo, vai contar com diferentes ativações artísticas, como apresentações musicais, mostras de curta-metragens e slam. A realização do festival é da Maloka Filmes, uma produtora criativa audiovisual TLGB+ formada por jovens periféricos de São Paulo.

“Quantos festivais de cinema você já viu na favela? Quantos festivais de artes a gente conhece que exaltam a cultura periférica? E como conciliar isso com a cultura LGBTQIA+ e preta, que também são marginalizadas na nossa sociedade? Enquanto pessoas periféricas, trans, pretas e LGBs, estamos tentando mudar a estrutura de eventos de artes no Brasil: queremos transformar desde o topo, alterando as pessoas que tomam decisões, quem trabalha no evento, quais são as corporeidades, as artes e os pensamentos valorizados ou não. E a única forma de fazer isso é construindo nós por nós, a partir das nossas tecnologias e saberes favelados”, relata Rosa Caldeira, diretor e roteirista na produtora de audiovisual comunitário Maloka Filmes.

Ocupar a periferia e produzir novas narrativas por meio de diferentes expressões artísticas quebrando estigmas consolidados nos imaginários sociais é um dos objetivos do Festival Perifericu. “A presença de corpas trans e negres nesses espaços não foi algo concedido, nós de fato rompemos as barreiras para chegar neles. Isso foi primordial pra gente conseguir enxergar o quanto esse universo dos festivais é extremamente branco, hétero, cis e elitista, ou seja, ainda que estivéssemos lá com nosso filme esses espaços não eram seguros e receptivos à nossas existência, pois na maior parte do tempo, sequer compreendiam as questões que nosso próprio filme retratava. Criar um festival é também fazer com que existam espaços seguros para celebração da nossa arte, com os nossos, gente preta, TLGB+, maloqueires. Na quebrada, que é o nosso centro”, conta Well Amorim, cineasta e um dos idealizadores do festival.

A programação do evento inclui formações, mostras de filmes, apresentações musicais, slams e debates, visando democratizar e enaltecer a cultura TLGB+ de quebrada, construindo pontes dentro das comunidades e viabilizando espaços de encontros. O evento vai acontecer de forma itinerante na Associação Bloco do Beco, Espaço Reggae e na Casa de Cultura M’Boi Mirim, esta última possui a capacidade máxima de 600 pessoas, mas por conta da Covid-19 o festival vai trabalhar com a capacidade reduzida para 150 pessoas. Além de ter como regra a apresentação da carteira de vacinação, com as duas doses da vacina e o uso obrigatório de máscara PFF2 ou N95. A presença online do festival vai acontecer por meio da plataforma Todesplay, que irá veicular os filmes on-line de 9 a 15 de fevereiro, dois dias a mais do que o período do evento.

Crédito: Divulgação

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“Nosso desafio não é só o de produzir filmes nas maiores adversidades, mas também de fomentar espaços para que as obras cheguem nas pessoas da quebrada, que elas tenham um espaço para debater e refletir sobre arte e que as outras formas de cultura de quebrada consigam existir nos espaços cinematográficos”, conta Nay Mendl, cineasta e um dos idealizadores do festival.

A iniciativa do festival é da Maloka Filmes com apoio do Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais do Município de São Paulo – VAI, Associação Bloco do Beco, SPCine, Casa de Cultura do M’Boi Mirim, Projeto Paradiso e TodesPlay.

SERVIÇO

Festival Perifericu – Festival Internacional de Cinema e Cultura da Quebrada.

Data: 9 a 13 de fevereiro

Formato: Presencial

Local: Associação Bloco do Beco, Espaço Reggae e Casa de Cultura M’Boi Mirim

Mais informações sobre a programação em: https://www.instagram.com/festivalperifericu/ 

Confira a programação completa:

Quarta-feira (9/02)

19h – Abrindo caminhos: Abertura com Samara Sosthenes

Local: Bloco do Beco

19h30 – Sessão 1 de Curtas

Local: Bloco do Beco

21h – Mesa de debate: TLGB+ e Cultura de Quebrada

Local: Bloco do Beco

Participantes: Tiely + Aline Anaya + Chavoso da USP 

22h30 – Acuendação: Discotecagem com DJ Sthe – Coletivo Magia Negra

Local: Bloco do Beco

Quinta-feira (10/02)

19h – Sessão 2 de Curtas

Local: Bloco do Beco

20h20 – SLAM Perifericu: Slam Masters: Pletu + Santos Drummond 

Local: Bloco do Beco

Premiação de R$ 200 

22h – Acuendação: Discotecagem com African Roots Local: Bloco do Beco

Sexta-feira (11/02)

19h – Sessão 3 de Curtas

Local: Espaço Reggae

20h20 – Mesa de debate: Ancestralidade Tranvestigênere

Local: Espaço Reggae

Participantes: Aretha Sadick + Lorenzo Couto + Terra Queiroz

23h – Festa Crash Party + Ballroom

Local: Espaço Reggae
Lineup Miniball: Chant Nia Sodomita Mutatis + DJ Bassan (Casa Mutatis)
Jurades: Pionner Felix Pimenta + Vita Pereira + Prince Puri Candaces

DJ Set Crash Crew: Dj Livea, DJ Alef, DJ  Guxtrava + DJ Hiperativo

Categorias: Runway- APT, Joga a Raba- APT, Sex Siren- APT, Vogue Performance- APT, APT- Aberto para todes. Premiação em R$.

Sábado (12/02)

15h – Papo de visão sobre fotografia + Caminhada histórico-fotográfica pelo bairro Jardim Ibirapuera

Local: Bloco do Beco + Rua
Participantes: Jennyfher Nascimento + Well Amorim e Nay Mendl – Maloka Filmes

19h – Sessão de Curtas

Local: Bloco do Beco

20h30 – Maracatu Baque Atitude

Local: Bloco do Beco

Domingo (13/02)

17h – Sessão Maloka Filmes

Local: Casa de Cultura M’Boi Mirim

19h – Encerramento: Premiação com apresentação das Irmãs de Pau Local: Casa de Cultura M’Boi Mirim

20h – Show BADSISTA

Local: Casa de Cultura

21h – Show Irmãs de Pau

Local: Casa de Cultura M’Boi Mirim

21h – Exibição de fotos da caminhada fotográfica

Local: Casa de Cultura M’Boi Mirim

SOBRE O FESTIVAL

O Festival Internacional de Cinema e Cultura da Quebrada tem como objetivo valorizar as diferentes manifestações e processos artísticos da população TLGB+ periférica, que sempre existiu e segue resistindo às marginalizações e estigmas sociais.

SOBRE NAY MENDL

Nay Mendl (@naymendl) é cineasta periférico, transmasculino, graduado em Cinema pela UNILA com intercâmbio pela Universidad Nacional de Colombia, e co-fundador do coletivo Maloka Filmes. É diretor, diretor de fotografia e montador, com seus estudos voltados para as representações de corpos dissidentes e periféricos no cinema contemporâneo e busca com seu trabalho descolonizar narrativas, no corre pelo cinema favelado transvestigenere latino-americano.

SOBRE WELL AMORIM

É produtor, diretor, diretor de fotografia, apresentador, filmmaker, pesquisador e servirologista na arte de comunicar. Em 2018 apresentou três episódios da série “Explorer Investigation” da National Geographic disponível no youtube. Em 2019 fez a produção executiva e a direção de fotografia do curta-metragem premiado “Perifericu” e assinou a direção de fotografia do curta documental “Dub-Magneficente”. Também produziu e dirigiu seu primeiro longa-metragem documental, “Raízes”, que estreou na Mostra de Cinema de Tiradentes de 2020. Em 2021 foi pesquisador e assistente de direção no documentário “Tecnologias da Esperança” do GNT e assistente de direção do documentário “Motriz – Roda de afeto” da Preta Portê Filmes. Faz parte do coletivo criativo Maloka Filmes e está na produção da primeira edição do “Perifericu – Festival de Cinema e Cultura de Quebrada” com foco na valorização de pessoas TLGBs das periferias.

SOBRE ROSA CALDEIRA

Rosa Caldeira (@orosacaldeira) é diretor e roteirista na produtora de audiovisual comunitário Maloka Filmes. Cineasta trans e militante, sempre juntando ideias para atuar com cultura TLGB e periferia. Seu último curta-metragem, Perifericu (@perifericu), recebeu mais de 30 prêmios, incluindo Festival de Tirandestes e Curta-Kinoforum. É formado em sociologia e especializado pela Escuela Internacional de Cine y TV en Cuba. Busca junto aos seus um reolhar sobre a imagem de experiências transviadas faveladas em primeira pessoa.

O Perifericu – Festival Internacional de Cinema e Cultura da Quebrada, evento que tem como objetivo valorizar as diferentes manifestações e processos artísticos da população LGBT+ periférica, acontece presencialmente de 9 a 13 de fevereiro. O festival, que está previsto para acontecer de forma itinerante pelas favelas da Zona Sul de São Paulo, vai contar com diferentes ativações artísticas, como apresentações musicais, mostras de curta-metragens e slam. A realização do festival é da Maloka Filmes, uma produtora criativa audiovisual TLGB+ formada por jovens periféricos de São Paulo.

“Quantos festivais de cinema você já viu na favela? Quantos festivais de artes a gente conhece que exaltam a cultura periférica? E como conciliar isso com a cultura LGBTQIA+ e preta, que também são marginalizadas na nossa sociedade? Enquanto pessoas periféricas, trans, pretas e LGBs, estamos tentando mudar a estrutura de eventos de artes no Brasil: queremos transformar desde o topo, alterando as pessoas que tomam decisões, quem trabalha no evento, quais são as corporeidades, as artes e os pensamentos valorizados ou não. E a única forma de fazer isso é construindo nós por nós, a partir das nossas tecnologias e saberes favelados”, relata Rosa Caldeira, diretor e roteirista na produtora de audiovisual comunitário Maloka Filmes.

Ocupar a periferia e produzir novas narrativas por meio de diferentes expressões artísticas quebrando estigmas consolidados nos imaginários sociais é um dos objetivos do Festival Perifericu. “A presença de corpas trans e negres nesses espaços não foi algo concedido, nós de fato rompemos as barreiras para chegar neles. Isso foi primordial pra gente conseguir enxergar o quanto esse universo dos festivais é extremamente branco, hétero, cis e elitista, ou seja, ainda que estivéssemos lá com nosso filme esses espaços não eram seguros e receptivos à nossas existência, pois na maior parte do tempo, sequer compreendiam as questões que nosso próprio filme retratava. Criar um festival é também fazer com que existam espaços seguros para celebração da nossa arte, com os nossos, gente preta, TLGB+, maloqueires. Na quebrada, que é o nosso centro”, conta Well Amorim, cineasta e um dos idealizadores do festival.

A programação do evento inclui formações, mostras de filmes, apresentações musicais, slams e debates, visando democratizar e enaltecer a cultura TLGB+ de quebrada, construindo pontes dentro das comunidades e viabilizando espaços de encontros. O evento vai acontecer de forma itinerante na Associação Bloco do Beco, Espaço Reggae e na Casa de Cultura M’Boi Mirim, esta última possui a capacidade máxima de 600 pessoas, mas por conta da Covid-19 o festival vai trabalhar com a capacidade reduzida para 150 pessoas. Além de ter como regra a apresentação da carteira de vacinação, com as duas doses da vacina e o uso obrigatório de máscara PFF2 ou N95. A presença online do festival vai acontecer por meio da plataforma Todesplay, que irá veicular os filmes on-line de 9 a 15 de fevereiro, dois dias a mais do que o período do evento.

“Nosso desafio não é só o de produzir filmes nas maiores adversidades, mas também de fomentar espaços para que as obras cheguem nas pessoas da quebrada, que elas tenham um espaço para debater e refletir sobre arte e que as outras formas de cultura de quebrada consigam existir nos espaços cinematográficos”, conta Nay Mendl, cineasta e um dos idealizadores do festival.

A iniciativa do festival é da Maloka Filmes com apoio do Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais do Município de São Paulo – VAI, Associação Bloco do Beco, SPCine, Casa de Cultura do M’Boi Mirim, Projeto Paradiso e TodesPlay.

SERVIÇO

Festival Perifericu – Festival Internacional de Cinema e Cultura da Quebrada.

Data: 9 a 13 de fevereiro

Formato: Presencial

Local: Associação Bloco do Beco, Espaço Reggae e Casa de Cultura M’Boi Mirim

Mais informações sobre a programação em: https://www.instagram.com/festivalperifericu/ 

Confira a programação completa:

Quarta-feira (9/02)

19h – Abrindo caminhos: Abertura com Samara Sosthenes

Local: Bloco do Beco

19h30 – Sessão 1 de Curtas

Local: Bloco do Beco

21h – Mesa de debate: TLGB+ e Cultura de Quebrada

Local: Bloco do Beco

Participantes: Tiely + Aline Anaya + Chavoso da USP 

22h30 – Acuendação: Discotecagem com DJ Sthe – Coletivo Magia Negra

Local: Bloco do Beco

Quinta-feira (10/02)

19h – Sessão 2 de Curtas

Local: Bloco do Beco

20h20 – SLAM Perifericu: Slam Masters: Pletu + Santos Drummond 

Local: Bloco do Beco

Premiação de R$ 200 

22h – Acuendação: Discotecagem com African Roots Local: Bloco do Beco

Sexta-feira (11/02)

19h – Sessão 3 de Curtas

Local: Espaço Reggae

20h20 – Mesa de debate: Ancestralidade Tranvestigênere

Local: Espaço Reggae

Participantes: Aretha Sadick + Lorenzo Couto + Terra Queiroz

23h – Festa Crash Party + Ballroom

Local: Espaço Reggae
Lineup Miniball: Chant Nia Sodomita Mutatis + DJ Bassan (Casa Mutatis)
Jurades: Pionner Felix Pimenta + Vita Pereira + Prince Puri Candaces

DJ Set Crash Crew: Dj Livea, DJ Alef, DJ  Guxtrava + DJ Hiperativo

Categorias: Runway- APT, Joga a Raba- APT, Sex Siren- APT, Vogue Performance- APT, APT- Aberto para todes. Premiação em R$.

Sábado (12/02)

15h – Papo de visão sobre fotografia + Caminhada histórico-fotográfica pelo bairro Jardim Ibirapuera

Local: Bloco do Beco + Rua
Participantes: Jennyfher Nascimento + Well Amorim e Nay Mendl – Maloka Filmes

19h – Sessão de Curtas

Local: Bloco do Beco

20h30 – Maracatu Baque Atitude

Local: Bloco do Beco

Domingo (13/02)

17h – Sessão Maloka Filmes

Local: Casa de Cultura M’Boi Mirim

19h – Encerramento: Premiação com apresentação das Irmãs de Pau Local: Casa de Cultura M’Boi Mirim

20h – Show BADSISTA

Local: Casa de Cultura

21h – Show Irmãs de Pau

Local: Casa de Cultura M’Boi Mirim

21h – Exibição de fotos da caminhada fotográfica

Local: Casa de Cultura M’Boi Mirim

SOBRE O FESTIVAL

O Festival Internacional de Cinema e Cultura da Quebrada tem como objetivo valorizar as diferentes manifestações e processos artísticos da população TLGB+ periférica, que sempre existiu e segue resistindo às marginalizações e estigmas sociais.

SOBRE NAY MENDL

Nay Mendl (@naymendl) é cineasta periférico, transmasculino, graduado em Cinema pela UNILA com intercâmbio pela Universidad Nacional de Colombia, e co-fundador do coletivo Maloka Filmes. É diretor, diretor de fotografia e montador, com seus estudos voltados para as representações de corpos dissidentes e periféricos no cinema contemporâneo e busca com seu trabalho descolonizar narrativas, no corre pelo cinema favelado transvestigenere latino-americano.

SOBRE WELL AMORIM

É produtor, diretor, diretor de fotografia, apresentador, filmmaker, pesquisador e servirologista na arte de comunicar. Em 2018 apresentou três episódios da série “Explorer Investigation” da National Geographic disponível no youtube. Em 2019 fez a produção executiva e a direção de fotografia do curta-metragem premiado “Perifericu” e assinou a direção de fotografia do curta documental “Dub-Magneficente”. Também produziu e dirigiu seu primeiro longa-metragem documental, “Raízes”, que estreou na Mostra de Cinema de Tiradentes de 2020. Em 2021 foi pesquisador e assistente de direção no documentário “Tecnologias da Esperança” do GNT e assistente de direção do documentário “Motriz – Roda de afeto” da Preta Portê Filmes. Faz parte do coletivo criativo Maloka Filmes e está na produção da primeira edição do “Perifericu – Festival de Cinema e Cultura de Quebrada” com foco na valorização de pessoas TLGBs das periferias.

SOBRE ROSA CALDEIRA

Rosa Caldeira (@orosacaldeira) é diretor e roteirista na produtora de audiovisual comunitário Maloka Filmes. Cineasta trans e militante, sempre juntando ideias para atuar com cultura TLGB e periferia. Seu último curta-metragem, Perifericu (@perifericu), recebeu mais de 30 prêmios, incluindo Festival de Tirandestes e Curta-Kinoforum. É formado em sociologia e especializado pela Escuela Internacional de Cine y TV en Cuba. Busca junto aos seus um reolhar sobre a imagem de experiências transviadas faveladas em primeira pessoa.

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