“Eventos como a Tardezinha, mostram a força que o samba tem”, diz Thiaguinho sobre o projeto que completa 10 anos

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Neste sábado (19) aconteceu o primeiro show da turnê dos 10 anos da ‘Tardezinha’, com 65 mil pessoas no Estádio Nilton Santos, o Engenhão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ao Notícia Preta, Thiaguinho, um dos idealizadores do projeto, conta da potência que esse evento tem de amplificar o samba e o pagode, sons de origem negra e periférica, não só no Brasil, mas para todo o mundo.

Eventos como a Tardezinha, e outros eventos que derivaram da Tardezinha inclusive, mostram a força que o samba tem, e que o samba tem que ser mesmo respeitado no nosso país. E o samba é a música do Brasil né“, diz o cantor e compositor com mais de 20 anos de carreira, e que começou com o projeto há 10 anos em parceria com o ator Rafael Zulu, definida por ele mesmo com a maior roda de pagode do mundo.

Thiaguinho levou 65 mil pessoas em primeiro show de nova turnê /Foto: André Gomes de Melo – Notícia Preta

Nesta turnê, a Tardezinha vai desembarcar em cidades brasileiras como Salvador, Recife e Manaus, e vai tomar pela primeira vez países da África e da Oceania, com shows em Angola e Austrália. Mas o evento também vai desembarcar nos Estados Unidos e em Portugal Ao todo serão 26 cidades ao redor do mundo recebendo o evento, que segundo Thiago, surgiu pequena a partir de uma reunião entre amigos, e que agora chega a outros continentes.

Nascido em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, Thiaguinho cresceu em Ponta Porã no Mato Grosso do Sul, e conta que o samba e o pagode sempre fizeram parte da sua criação e da sua família, e que esses gêneros musicais são “ancestralidade” e que influenciam a cultura do país.

O samba, o pagode, que é a nossa verdade, a nossa vida, né? É uma música que vem resistindo ao longo do tempo. Eu sei da importância histórica que o samba tem na música brasileira, o impacto que o samba tem na nossa comunidade, na minha família, em várias família“.

Na última noite, os cantores Belo, Jorge Aragão e Rodriguinho fizeram participações especiais. O show passou não só por sucessos dos convidados, mas também do próprio Thiaguinho como ‘Energia Surreal’ e ‘Sou o cara pra você’, e clássicos do samba e do pagode.

Thiaguinho, que diz que continua consumindo samba e reverenciando o impacto desse gênero musical na vida dos brasileiros, ocupa agora também, um outro lugar.

Hoje tenho a responsabilidade de influenciar meninos, que um dia, eu já fui esse menino, que sonhei viver essa vida e trasnformar a vida da minha família“, diz Thiaguinho, que cita nomes como Alexandre Pires, Rodriguinho, Péricles, homens negros que o influenciaram como artista ao longo de sua trajetória. Desde então Thiaguinho conta que viu o samba crescer muito.

Está invadindo espaços. Em 2002, quando eu entrei no Exalta, nunca pensei que a gente conseguisse fazer show em um estádio. Dentro do Exalta a gente já tinha conseguido fazer, e hoje essa turnê por exemplo, a gente consegue. E é algo rotineiro para um show de pagode. É uma conquista muito grande, de um povo todo e que impacta socialmente“, conta.

Ao longo desses 10 anos, a Tardezinha se consolidou como a maior turnê brasileira da história. Na turnê de 2023, o evento passou por 25 cidades brasileiras com mais de 800 mil pessoas. Agora, chegando em Angola, Thiaguinho se diz bem animado.

Óbvio que eu amo todas, mas é a Tardezinha (Angole) mais especial dessa turnê porque, todas as vezes que eu fui em Luanda eu fui muito bem recebido, e eu acho que é uma retribuição a Angola, do samba, porque o samba veio de lá e agora a gente leva pra lá o que a gente fez com o samba que eles trouxeram“, diz Thiaguinho.

Leia também: “Nada mais justo que o samba voltar pra casa”, diz Thiaguinho sobre Tardezinha em Angola

Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

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