Estupro em parto: julgamento do médico começa nesta segunda

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Começa nesta segunda-feira (12) o julgamento do médico Giovanni Quintella Bezerra que foi flagrado estuprando uma mulher em trabalho de parto no Hospital da Mulher, em São João de Miriti, na Baixada Fluminense, em julho deste ano.

A audiência estava marcada para começar às 11h da manhã no Fórum do município. O médico responde por estupro de vulnerável e está preso no complexo penitenciário de Bangu e segue isolado devido a ameaças que sofreu após o caso ganhar repercussão nacional.

Giovanni Quintella será julgado em São João de Meriti – Foto: Reprodução/TV Globo

Com 60 dias de prazo, na audiência de instrução serão ouvidas oito testemunhas e o marido da vítima. Além do caso do Hospital da Mulher, a Polícia Civil também investiga outros casos envolvendo Giovanni Quintella.

“A gente espera que ele seja condenado a pena máxima, de 15 anos de prisão”, afirma Francisco Valdeir da Silva, um dos advogados da família. Já o outro advogado da vítima, ressalta que além da violência contra a gestante, ele também violou sua profissão.

“Foi contra a mulher, na sala de parto. É uma violência contra a mulher, ele violou um dever de profissão dele, então, só aí temos 3 agravantes. E por se tratar de um crime hediondo, quando se junto tudo isso, vai se acrescer mais da metade da pena dele”, comenta Francisco Bandeira de Lima.

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Depois de ouvir todas as testemunhas e a vítima, Giovanni será interrogado por videochamada para não intimidar ou constranger a paciente.

Relembre o caso

Giovanni Quintela Bezerra foi preso em julho deste ano após ser filmado por profissionais do Hospital da Mulher de São João de Miriti. Nas imagens é possível ver que Giovanni abusando da vítima depois de sedá-la com medicamentos que são considerados “potentes” e colocaram a vida da gestante em risco.

A defesa tentou retirar a gravação do processo, alegando que a captação do vídeo de mais de uma hora e meia, feita por um celular, não tinha validade legal por não ser autorizado por uma das partes ou da autoridade policial.

A Justiça Fluminense não aceitou o argumento e disse que “crimes dessa natureza quase sempre são cometidos às escondidas, tendo, geralmente, como única prova a palavra da vítima, que, naquele caso, se encontrava sedada, sem qualquer possibilidade de reação ou de prestar depoimento sobre o ocorrido”.

Igor Rocha

Igor Rocha

Igor Rocha é jornalista, nascido e criado no Cantinho do Céu, com ampla experiência em assessoria de comunicação, produtor de conteúdo e social media.

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