Os alunos do Ciep Ministro Marcos Freire, em Sepetiba, zona Oeste do Rio de Janeiro, terão aulas de cultura em um terreiro de candomblé a partir do ano de 2023. A iniciativa é uma parceria entre o Instituto Onikoja e a unidade educacional.
O intuito é colocar em prática a Lei 10.639, que institui a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-indígena nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio no Brasil, além de combater o preconceito racial e religioso dentro da escola.
O sacerdote de matriz africana e fundador do Instituto Onikoja, Humbono Rogério, lembra que, em 2017, a mesma escola firmou uma parceria com o terreiro para as comemorações do Dia da Consciência Negra naquele ano, que atendeu cerca de mil crianças e adolescentes. “Fizemos esse trabalho durante a Semana da Consciência Negra para falar da importância da cultura africana, corroborando com o discurso do combate ao racismo”, relembra.
Para 2023, o intuito é que as crianças e adolescentes possam ter momentos de estudos de cultura dentro do espaço do terreiro, para combater o racismo religioso. “Ano que vem, boa parte dos alunos desse colégio farão atividades dentro do terreiro. As crianças e os adolescentes vão participar de oficinas de capoeira, dança, música, culinária, roda de conversa, entre muitas outras coisas. Elas vão comer comida da África, como acarajé, canjica, feijoada. Vamos vencer esse preconceito”, afirma Rogério.
“Muitas crianças já falaram que tinham medo de pisar no terreiro, mas quando eu pergunto o porquê elas não sabem explicar. A criança não nasce com preconceito, até porque quem prega o preconceito não dá justificativa né? Geralmente só falam que é coisa do demônio”.
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