Estudante cotista recupera vaga em universidade após matrícula ser rejeitada

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O estudante Allan Pinto Ignácio, aprovado no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) em Jornalismo em 3º lugar no sistema de cotas, recuperou sua vaga na Universidade Federal Fluminense (UFF), que havia negdo a matricula do jovem de 22 anos. O estudante contou em uma rede social que a situação já foi resolvida.

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Já consegui resolver o problema da vaga, tmj pela preocupação. Realmente foi um absurdo“, escreveu o jovem. Segundo a instituição, o vídeo feito pelo jovem e enviado para comprovar sua raça no processo de verificação que é online, estava sem áudio.

O processo de verificação é online, onde o aluno precisa gravar e enviar um vídeo se declarando preto, pardo ou indígena /Foto: Reprodução redes sociais

Após ter recebido a informação da matrícula negada, uma liminar da Justiça Federal do Rio de Janeiro favoreceu. Na decisão, o juiz Leo Francisco Giffoni considerou o argumento da universidade. “excessivamente rigoroso e desprovido de razoabilidade“.

O critério identitário/fenotípico deve ser utilizado exclusivamente, sendo o vídeo uma ferramenta visual para confirmar tal autodeclaração. Portanto, há uma probabilidade significativa de que o direito do autor seja reconhecido ao final do processo, uma vez que o fenótipo visível do autor no vídeo apresentado corrobora, sem margem para qualquer dúvida, sua autodeclaração como pessoa preta“, escreveu o juiz.

O Notícia Preta entrou em contato com a UFF, que informou em nota que o estudante está regularmente matriculado no curso, e explicou o ocorrido. “Inicialmente, ele não foi aprovado na primeira etapa de avaliação devido ao fato de não cumprir um item do edital, que se trata da autodeclaração em vídeo. É importante ressaltar que o processo seletivo é um concurso público, e portanto, possui um edital que define todas as normas“, diz trecho da nota, que continua:

Ressaltamos ainda que, conforme consta no edital, todos os estudantes têm o direito de apresentar recurso no prazo definido no edital. Contudo, o estudante não apresentou o recurso dentro do prazo estipulado para o pedido de reconsideração. Frente ao mandado judicial recebido em 18 de abril de 2024, a Universidade imediatamente matriculou o estudante“, disse a UFF, que afirma que reconhece a importância das cotas “para o ingresso de grupos historicamente sub-representados no ensino superior“.

O estudante afirma que o vídeo original tinha áudio, segundo ele, a falha aconteceu no sistema utilizado pela universidade, e a gravação foi sem o som.“Foi a pior notícia que eu já tive na vida. A gente está acostumado a não ter as coisas, a perder, mas quando você conquista, sente que o sonho está na sua mão e do nada, por uma coisa tão boba, alguém vem e tira isso de vocês, é muito triste“, comentou Allan em entrevista ao g1.

Um levantamento feito pela Comissão de Combate às Discriminações da Alerj identificou mais de 30 casos na Justiça de estudantes aprovados pelo sistema de cotas da UFF que tiveram suas matrículas negadas pela Comissão de Heteroidentificação.

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