“Estou feliz em dar visibilidade para essa figura”, diz André Ramiro sobre Dr. Joaquim, seu personagem no filme “Madame Durocher”

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O filme “Madame Durocher”, que trata da história da primeira mulher a obter o título de parteira no Brasil a Marie Josephine Mathilde Durocher, está em cartaz nos cinemas brasileiros dentro da programação do Festival Varilux até 20 de novembro. No longa o ator André Ramiro interpreta o Dr. Joaquim Cândido Soares de Meireles um dos primeiros médicos negros do Brasil, que com exclusividade para o Notícia Preta comentou sobre o personagem.

“Para mim, foi uma honra interpretar o Dr. Joaquim, um personagem importante para a história do nosso país, já que foi fundador da Academia Nacional de Medicina, mas que foi apagado pela história, tanto que temos poucos registros dele atualmente, portanto estou feliz em dar visibilidade para essa figura. Espero que o ‘Madame Durocher’ faça seu trabalho como obra de arte e possa tocar o coração das pessoas”, diz André Ramiro.

André Ramiro como Dr. Joaquim Cândido Soares de Meireles /Foto: Divulgação

Marie Josephine Mathilde Durocher foi a primeira mulher a obter o título de parteira no Brasil e a se tornar membro oficial da Academia Nacional de Medicina, ainda no século XIX. Essa personagem histórica ter[a sua histórica contada no longa de Dida Andrade e Andradina Azevedo.

No projeto algumas figuras negras se destacam, além do Dr. Joaquim, como a Clara, personagem da atriz Isabel Fillardis, que é uma mulher negra escravizada, que acompanhou a protagonista durante a sua história.

“Madame Durocher é um filme esclarecedor sobre o ponto de vista da inserção da mulher dentro da medicina, com ela sendo a primeira mulher a entrar no Academia Nacional de Medicina e mudando o curso da história. Clara, a personagem que interpreto, é profunda, complexa, poética e inteligente que acompanha a personagem principal e, paralelo à história de Durocher, conta a sua própria história. É impactante, forte e emocionante poder dar vida à Clara. Espero que as pessoas possam se identificar com as personagens e vejam o universo feminino do filme, repleto de nuances e vivências que acompanham as mulheres ainda hoje, desde antes do século XIX, onde o filme se passa. Espero que o longa possa mexer com a sociedade e traga um olhar mais empático para as mulheres”, conta Isabel Fillardis.

Por ser um filme que retrata um período histórico específico, foi necessário uma pesquisa bem detalhada para o longa. O historiador Johnatan Raymundo foi o responsável por fazer essa pesquisa, e também explicou com exclusividade ao Notícia Preta, como foi o processo de desenvolvimento do longa.

“São muitos os desafios para se fazer um filme de época baseado em história real, dificuldades que vão desde a busca por informações e a visitas de arquivos e documentos não organizados e guardados com o devido cuidado até o pouco registro da história da maioria da população brasileira. O que revela o nosso pouco apreço a nossa própria história, principalmente quando estas dizem respeito às pessoas negras, mulheres, etc”, pontuou Johnatan, que continua:

“No entanto poder contribuir para oferecer ao povo brasileiro a oportunidade de conhecer e se inspirar nas trajetórias que trazemos nesse filme, é cumprir um papel estético, mas educativo, político fundamental e urgente. Madame Durocher é um filme que guarda a humanidade dessas pessoas e nos convida a enfrentar os limites e realizar nossas vidas com autonomia e resiliência”, finaliza.

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