“Hutukara ecoa por todo o mundo”: Enredo do Salgueiro sobre yanomamis conquista três prêmios em Cannes

image-10.png

Nesta quinta-feira (20) a escola de samba carioca Acadêmicos do Salgueiro, usou suas redes sociais para comemorar a conquista de três prêmios leões de bronze, na premiação que é considerada como o “Oscar da publicidade”. A agremiação conquistou o feito com o enredo “Hutukara”, um manifesto sobre o povo yanomami.

“Nosso manifesto em forma de samba, desfile e arte chegou muito longe! Hutukara ecoa por todo o mundo. Continuaremos trazendo à luz essas histórias! Esse é um compromisso que o Salgueiro tem com sua própria história. Vanguardista, revolucionário, somos resistência”, disse a escola.

As categorias reconhecidas em Cannes foram: Entertainment (Entretenimento), Entertainment for Music (Entretenimento para Música) e Industry Craft (Indústria Artesanal). A conquista é uma parceria com a agência de publicidade DM9, que acompanhou os passos de Davi Kopenawa, fundador da Hutukara Associação Yanomami e autor do livro “A queda do céu”, que realizou o desfile.

A vermelho e branco conquistou a quarta colocação do Carnaval do Rio de Janeiro deste ano, pelo Grupo Especial. Em vez de lamento pelas mortes e problemas com garimpeiros, a aposta foi pela admiração, para afirmar a humanidade desse povo. Houve ainda o lado crítico, como um grito para todos lutarem ao lado daqueles que ocupam o território brasileiro há tantos anos.

O samba enredo usa termos da língua yanomami e foi construído em parceria com importantes figuras indígenas. O Salgueiro foi a primeira escola de samba a levar essa temática ambiental para os desfiles na década de 70 com o enredo: “O Reino Encantado Da Mãe Natureza Contra O Rei Do Mal “.

Carnaval 2025

Em busca do 10º título na folia carioca, a agremiação vermelha e branca levará “Salgueiro de Corpo Fechado” para a Marquês de Sapucaí no próximo ano, sob assinatura do carnavalesco Jorge Silveira e do enredista Igor Ricardo.

“‘De corpo fechado’: preparo o tacho de óleo de oliva, arruda, guiné, alecrim, carqueja, alho e cravo. Com o sinal da cruz na fronte, no peito, nas mãos e nos pés, levo para a Avenida a história e a cultura do fechamento do corpo. Na maior encruzilhada do mundo, a Marquês de Sapucaí, vamos exaltar simbologias sagradas e únicas”, diz a escola nas redes sociais.

Leia também: “Salgueiro de Corpo Fechado” é o enredo da Academia do Samba para 2025

Deixe uma resposta

scroll to top