Em paralelo ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros integrantes do principal núcleo da trama golpista, a base aliada ao ex-mandatário promove articulações em busca de emplacar o projeto da anistia. A pressão da oposição é para que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos – PB), inclua o PL na pauta e que ele seja votado assim que o processo no Supremo Tribunal Federal (STF) seja concluído, com a finalidade de livrar Jair Bolsonaro das possíveis condenações.
A tentativa de avançar o texto, no entanto, esbarra no STF, visto que as movimentações, com ampla participação do atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e líderes do “centrão”, teria causado incômodo a alguns ministros, já que o julgamento em que Bolsonaro é réu, ainda está em curso.

Dado a proporção que a proposta ganhou, Hugo Motta sinalizou que o tema pode entrar na pauta nas próximas semanas, União Brasil e Partido Progressistas já formalizaram apoio à votação do PL, já o PSD, partido de Gilberto Kassab se posiciona a favor da inclusão da anistia na pauta, no entanto, não se compromete de forma concreta até a apresentação do texto final. O MDB, por sua vez, não se juntou aos demais partidos na adesão da proposta, mas alguns deputados da sigla defendem o assunto.
A movimentação também é vista como uma articulação de Tarcísio de Freitas em função de cumprir um possível acordo do governador com Jair Bolsonaro, visando as eleições de 2026, com intuito de se fortalecer como candidato da direita no próximo pleito. Outra questão analisada, uma tentativa de reversão de um desgaste frente ao eleitorado em razão de um desentendimento com Eduardo Bolsonaro que durante suas tratativas na Casa Branca em prol de livrar Bolsonaro da prisão, chegou a afirmar que Tarcísio não tem o perfil desejado pela atual direita.
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