Na última quinta-feira (20), nove deputadas de diferentes partidos políticos, acionaram o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado contra o senador Plínio Valério (PSDB- AM) após ele ter feito uma declaração sobre “enforcar” a Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
“Imagina vocês o que é ficar com a Marina 6 horas e 10 minutos sem ter vontade de enforcá-la”, disse Plínio Valério, durante um evento no Amazonas, na última sexta-feira (14), fazendo uma referência a CPI das ONG’s, onde a ministra discursou por aproximadamente 6 horas. Em justificativa, ele afirma ter sido “brincadeira” e diz que não se arrepende de sua fala, mas ficou “encantado com a sensibilidade do senado”.
A representação assinada pelos parlamentares diz que “O teor de sua fala ultrapassa os limites da imunidade parlamentar, uma vez que não possui qualquer relação com sua atuação como representante do Estado do Amazonas, mas sim um evidente caráter de violência de gênero“.
As deputadas afirmam que a fala não apenas desqualifica e minimiza a Marina Silva no cenário político, mas também insulta a violência contra a mulher, que historicamente já são afastadas destes cargos de poder.
“Não concordo com muitas posições ideológicas da ministra em relação ao país, mas acho que o meu querido colega, senador Plínio Valério, precisa fazer uma referência em relação a essa fala, até mesmo justificar se foi uma fala equivocada“, disse o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União- AP).
Parlamentares que assinaram o documento:
- Benedita da Silva (PT-RJ)
- Duda Salabert (PDT-MG)
- Enfermeira Ana Paula (Podemos- CE)
- Gisela Simona (União Brasil -MT)
- Jandira Feghali (PC do B – RJ)
- Laura Carneiro (PSD-RJ)
- Maria Arraes (Solidariedade – PE)
- Tabata Amaral (PSB-SP)
- Talíria Petroni (Psol – RJ)
- Túlio Gadelha (Rede-PE)
Em resposta, Marina Silva afirmou: “Com a vida dos outros não se brinca. Quem brinca com a vida dos outros, faz ameaça aos outros de brincadeira e rindo, só os psicopatas são capazes de fazer isso”.
Foto de capa da Marina Silva: Marcelo Camargo/Agência Brasil
