Nove em cada dez eleitores dizem não se arrepender do voto de 2022, aponta Datafolha

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Eleitores de Lula e Bolsonaro têm porcentagem semelhante de arrependidos Pesquisa também mostra que 77% da população vê eleição de 2026 como muito importante - Foto: Getty images

A mais recente pesquisa Datafolha mostra que nove em cada dez eleitores brasileiros afirmam não se arrepender do voto dado na eleição presidencial de 2022. Segundo o levantamento, 91% dos entrevistados mantêm convicção sobre sua escolha, enquanto 8% dizem ter se arrependido e 1% não soube responder. Os índices são semelhantes entre quem votou em Lula (91%) e entre os eleitores de Jair Bolsonaro (92%).

Os dados revelam diferenças importantes quando observados sob a lente social e regional. O arrependimento aparece com maior frequência no Sul do país (11%) e entre pessoas que ganham até dois salários mínimos (10%), faixa mais vulnerável aos efeitos econômicos e à pressão do custo de vida. Já entre quem recebe de cinco a dez salários mínimos, o índice de não arrependidos chega a 94%, mostrando que renda segue influenciando percepções políticas e sensações de estabilidade.

Eleitores de Lula e Bolsonaro têm porcentagem semelhante de arrependidos Pesquisa também mostra que 77% da população vê eleição de 2026 como muito importante – Foto: Getty images

Mesmo entre os eleitores de Lula que declaram intenção de repetir o voto em 2026, 95% dizem não se arrepender da escolha anterior, apesar de preocupações como alta de juros, tensão fiscal e derrotas do governo no Congresso. O dado reforça que, em diferentes estratos sociais, a fidelidade eleitoral convive com insatisfações sobre a economia e o cenário político.

A pesquisa também investigou a importância atribuída às eleições de 2026. Para 77% dos entrevistados, o pleito terá papel “muito importante” em suas vidas e na de suas famílias; 14% consideram “um pouco importante” e 8% dizem que a eleição não terá relevância. O interesse é maior entre eleitores de Bolsonaro em 2022 (85%) do que entre os que votaram em Lula (79%). Esse contraste evidencia como diferentes grupos sociais e políticos se mobilizam diante do próximo ciclo eleitoral.

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Os dados apontam para um país onde lealdade política convive com desigualdades sociais e onde a avaliação do voto se entrelaça a condições de renda, território e expectativas de futuro, elementos centrais para compreender o comportamento eleitoral brasileiro.

A pesquisa foi realizada entre terça (2) e quinta-feira (4), ouvindo 2.002 pessoas, de 16 anos ou mais, em 113 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

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