Um levantamento realizado pelo Instituto Ipec-Ibope, encomendado pela Globo, revela que 49% dos entrevistados são contra a aplicação da pena de morte no país. A pesquisa foi divulgada nesta segunda-feira (12) e mostra também que, 42% são favoráveis, 6% não são contra nem a favor e 3% não responderam ao questionado.

População carcerária e punição
Um estudo realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança pública revela que 64% das pessoas privadas de liberdade são negras. Além disso, o levantamento mostra ainda que, no Acre, 98% das mulheres encarceradas são negras. Diante desses dados, o coordenador executivo do IDPN ressalta a importância de um debate mais abrangente sobre o tema e a não aplicabilidade da pena capital.
“A gente sabe muito bem quem é a figura que para a viatura da polícia e sabemos muito bem, fazendo um contraponto a essas informações anteriores, o homem branco de classe média não é visto como criminoso, por mais que ele cometa um crime, ele não é visto como tal. Um exemplo é o Eike Batista voltando pro Brasil pra ser preso e um cara tirando Selfie com ele no aeroporto. Então, enquanto criminoso tiver cor, CEP, classe social e gênero, a sociedade brasileira, como um todo, não tem essa legitimidade”, analisa.

“É a continuidade do processo histórico desse grupo mesquinho, fascista e genocida que aglutina tudo que há de pior na humanidade, de eugenia brasileira, de embranquecimento da sociedade”
Comparativo
Em comparação com uma pesquisa realizada em 2018, o percentual de pessoas que aprovam a pena de morte caiu de 57%, maior índice desde o início da série histórica, em 1991, para 42%. Em 2008, esse índice era de 47%. Já a parcela contrária a aplicação da pena subiu de 39% (2018) para 49% no atual levantamento e, em 2008, 46%.