Ex-BBB e influenciadora fala sobre racismo, autoestima e projetos sociais em entrevista exclusiva
Nascida e criada em Maceió, Alagoas, Pitel, cujo nome real é Giovanna, sempre carregou consigo o orgulho de suas raízes nordestinas. Formada em Serviço Social, a ex-participante do Big Brother Brasil (BBB) construiu uma trajetória marcada pela luta por representatividade e justiça social. Ao Notícia Preta, Pitel conta como lidou com ataques xenofóbicos e racistas, especialmente por seu sotaque nordestino, após sua participação no reality.
“A xenofobia e o racismo são velhos conhecidos nossos.” Mas, em vez de recuar, a influenciadora transformou a dor em combustível. “Continuar ocupando espaços, com o sotaque carregado mesmo” tornou-se sua forma de resistência – e de abrir caminho para que outras pessoas como ela também possam se ver representadas.
Questionada sobre como sua trajetória no Nordeste a influenciou, Pitel reflete: “Acredito que somos a soma de tudo que nos cerca, na hora que a gente nasce já começamos a ser moldados pela realidade ao nosso redor.” Ela destaca a importância da educação e do apoio familiar em sua formação, mesmo diante das vulnerabilidades sociais que testemunhou. “O serviço social é uma extensão de tudo o que eu acredito”, afirma, lembrando que a profissão a enriqueceu com experiências e a aproximou de realidades que hoje pautam seu ativismo digital.
Cabelo como ato político
Assim como muitas mulheres negras, Pitel passou por uma jornada de transição capilar que ultrapassou a estética e se tornou um símbolo de resistência. “No começo era meramente por estética”, admite, mas logo percebeu o poder transformador dessa decisão. “É impressionante como o seu cabelo pode ser uma ferramenta de conhecimento tão grande”, diz, ao relembrar como o processo a conectou a histórias de luta pela valorização da beleza negra.
Com uma base de seguidores engajada, Pitel enxerga sua influência como uma ferramenta de transformação. “Minha história representa muitas outras”, afirma, ao explicar seu compromisso em discutir racismo, autoestima e oportunidades.
E seus planos não param por aí: a formação em Serviço Social a motiva a ir além das postagens. “Quero sim apoiar e também criar iniciativas que cheguem em lugares de poucos recursos”, adianta, sinalizando que seu próximo passo é levar representatividade e educação para comunidades carentes.
Se antes do BBB Pitel já era uma voz ativa em sua comunidade, hoje – com o alcance ampliado – ela se consolida como uma das personalidades negras que estão reescrevendo a narrativa sobre o Nordeste e a população preta no Brasil.
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