Vendas natalinas movimentam cerca de R$ 84,9 bilhões na economia, com aproximadamente 124 milhões de consumidores realizando compras no período
O Natal no Brasil, hoje fortemente associado ao consumo, é resultado de um processo histórico em que tradições religiosas e culturais foram progressivamente incorporadas à lógica do mercado. Introduzida no país a partir do século 16, durante a colonização portuguesa, a celebração do nascimento de Jesus estava inicialmente ligada à catequese cristã e às práticas religiosas impostas às populações indígenas e negras escravizadas.
Foi apenas a partir do século 20, com a intensificação da urbanização, o fortalecimento do comércio e a expansão dos meios de comunicação de massa, que o Natal passou a ganhar contornos mais comerciais. O crescimento das cidades, a consolidação do trabalho assalariado e o surgimento de um mercado consumidor mais amplo transformaram a data em um dos principais eventos do calendário econômico brasileiro.

Nesse processo, a publicidade teve papel central. A partir da primeira metade do século 20, campanhas inspiradas em modelos europeus e, sobretudo, norte-americanos passaram a difundir símbolos que se tornaram comuns no imaginário coletivo. A figura do Papai Noel, por exemplo, foi amplamente popularizada por campanhas publicitárias internacionais a partir da década de 1930 e, no Brasil, ganhou força com ações promocionais, vitrines e eventos patrocinados por grandes marcas, especialmente entre as décadas de 1950 e 1980, com o avanço da televisão.
A economia no Natal
Atualmente no Brasil, o Natal se consolidou como a principal data do varejo. Levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC Brasil aponta que as vendas natalinas movimentam cerca de R$ 84,9 bilhões na economia, com aproximadamente 124 milhões de consumidores realizando compras no período. Segundo a pesquisa, cerca de 76% da população pretende comprar presentes, sendo roupas, perfumes, calçados e brinquedos os itens mais procurados.
Parte significativa desse consumo está diretamente relacionada ao 13º salário. Dados da CNDL indicam que milhões de brasileiros utilizam parte do rendimento extra para despesas de fim de ano, como presentes e confraternizações, reforçando o papel do Natal como motor do consumo e do comércio formal.









