Com o objetivo de reunir diferentes grupos teatrais do Estado do Rio de Janeiro, a Companhia Teatral Queimados Encena realiza a 4ª edição do Festflum – Festival Fluminense de Monólogos – Edição Afro-Brasileira, no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB), no Rio de Janeiro. As apresentações acontecem entre os dias 25 de março e 6 de abril.
Ao todo, serão 10 apresentações teatrais de monólogos com temática Afro-Brasileira, selecionados através de chamada pública por um júri, durante duas semanas, com entrada gratuita, premiação em dinheiro para melhor intérprete, ajuda de custo para os selecionados e entrega de troféus de participação. As inscrições podem ser realizadas entre os dias 3 e 28 de fevereiro, no site da Cia Teatral.

Além disso, a organização também oferecerá, gratuitamente, uma oficina teatral sobre encenação solo, com Hilton Cobra, e um debate sobre escolhas estéticas e temáticas, com Carmen Luz.
Nos últimos tempos acompanhamos debates sobre a ausencia de intérpretes negros no audiovisual de um Brasil com 54% de pessoas autodeclaradas negras. Em paralelo a isso, inúmeros artistas utilizam o teatro, como ferramenta de trabalho para desenvolver projetos economicamente possíveis, que discutam a questão racial da nação. Sendo assim, Leandro Santanna, diretor artístico e um dos fundadores da Cia Teatral, reforça a importância de se levar o Festival para o MUHCAB, renovando as conexões com a ancestralidade.
“Trazemos mais uma edição para a Pequena África para reforçar a importância da centralidade deste território para todo o Estado do Rio de Janeiro e estimular a circulação de espetáculos dos diversos municípios fluminenses na capital Carioca”, explica.
Ele ainda enfatiza que o desejo da Cia Teatral é “celebrar intérpretes que se dedicam à carpintaria da construção minuciosa dos personagens se renova a cada edição do Festflum, e está sempre conectado com as janelas abertas, ou não, pelo mercado teatral. A cena Fluminense vem investindo bastante na criação de inúmeros espetáculos que discutem a negritude brasileira e a construção deste país totalmente afro-influenciado”, reflete Santanna..
Ao final das apresentações serão realizadas discussões sobre os temas apresentados em cada um dos espetáculos e a “convocação” para esse grande debate se dará por chamada pública, nas redes sociais. As obras disputarão uma premiação de R$3.500 para melhor intérprete e a escolha será feita por um júri, formado por profissionais de notório conhecimento da área para compor as duas semanas de apresentações gratuitas para o público e convidados.
Marcelo Viégas, coordenador geral do festival e também um dos fundadores da Queimados Encena reforça a importância de se debater o assunto e explica como será a edição deste ano do Festival.
“Entendemos que o tema precisa ser debatido mais uma vez e, para isso, queremos ampliar de cinco para 10 monólogos, priorizando a mulher negra e a comunidade negra LGBTQIA+ como desdobramento do tema afro-brasileiro, promovendo também uma oficina e um debate, atingindo aproximadamente mais de 1.600 pessoas”, aponta Viégas.
O Festflum conta com o patrocínio da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro e foi contemplado no edital Programa Integra Rio, da Secretaria Especial de Integração Metropolitana da Cidade do Rio de Janeiro (SEIM) e tem como objetivos estabelecer intercâmbio cultural entre os participantes, além de promover a estruturação e ampliação do mercado de trabalho para artistas e técnicos em artes cênicas, valorizar o trabalho dos artistas fluminense, principalmente das periferias e discutir a negritude brasileira e a construção deste país totalmente afro-influenciado.
“O Festival de teatro, debatendo uma questão tão atual e importante para a nossa nação, gratuito e aberto a todas as pessoas do estado, traz um ganho social sem precedentes e traz para a cidade do Rio de janeiro os mais variados tipos de pensamentos e saberes, provocando troca e enriquecimento social imensurável, para quem participa e para quem assiste”, pontua Leandro Santanna.
“E com uma oficina teatral gratuita sobre encenação solo com Hilton Cobra e um debate gratuito sobre escolhas estéticas e temáticas com Carmen Luz, irá potencializar esses resultados e enriquecer essa experiência cultural”, finaliza o diretor artístico e fundador da Cia Teatral Queimados Encena.
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