Na data em que se comemora dia de Santo Antônio, sincretizado com Exu, o Senhor dos Caminhos, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) concedeu o registro de Patrimônio Cultural do Brasil ao Bembé do Mercado de Santo Amaro, na Bahia. É a primeira celebração de matriz africana registrada pelo IPHAN.
A celebração afrobrasileira Bembé do Mercado, que comemora o fim da escravidão e reforça a resistência dos povos negros, é realizada anualmente por um conjunto de terreiros no Largo do Mercado da cidade de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano.
Segundo Pai Pote, Babarolixá do Terreiro Ilê Axé Ojú Onirè e líder do Bembé, esse título não representa só um terreiro, mas toda a comunidade negra. Ainda segundo o Babalorixá, o Bembé do Mercado tem 130 anos e foi registrado como patrimônio do Brasil, fortalecendo a luta anti racismo e contra a intolerância religiosa. “Isso fortalece, não só o movimento de mulheres, de homens, o movimento LGBT, como os terreiros. Na circunstância política que estamos passando hoje, pra gente é importante isso. Uma votação por unanimidade do Conselho do Iphan, aqui em Brasília, isso é importantíssimo”, argumentou.
O reconhecimento do Iphan, dando o título de Patrimônio Cultural do Brasil, corrobora com essa resistência, engrandece o povo negro e abre portas para a luta contra o racismo religioso que ainda assola o país. O dia 13 de junho de 2019 é um marco histórico a ser comemorado e mostra que a luta negra tem resultado e muito ainda há por fazer no combate ao preconceito.
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