O Brasil atingiu em 2021 níveis recordes de pobreza infantil, de acordo com o laboratório de estudos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS Data Social). Devido a pandemia o cenário de pobreza só se intensificou no país.
Feito um recorte racial, a taxa de pobreza entre crianças negras chegou a 54,3% em 2021, enquanto o índice de pobreza extrema atingiu 16,3%. Em contrapartida para crianças brancas, a taxa de pobreza chegou a 32,4%, e a de extrema pobreza, a 8,2%. A nível nacional, a taxa de pobreza subiu de 23,1% para 28,3% de 2020 para 2021.
Para a pesquisa, foram utilizados dados da PNAD contínua, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). E, para definir pobreza e extrema pobreza, o estudo se baseou nos dados da PPC (paridade do poder de compra), do Banco Mundial. Em reais, a linha de pobreza está na faixa de R $465 por pessoa e a linha de extrema pobreza de R$160 por pessoa.
A análise foi feita considerando crianças de até seis anos que vivem em lares que estejam em situação de pobreza. Segundo o levantamento, 44,7% dessas crianças viviam abaixo da linha da pobreza. É o maior número registrado em 10 anos, desde 2012. Entre 2020 e 2021 o salto numérico foi de 6,4 milhões para 7,8 milhões, o equivalente a 22,6% de aumento. Em resumo, 14 milhões de crianças passaram a ser consideradas pobres.
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Também de acordo com a pesquisa, os índices de extrema pobreza bateram recorde em 2021. Entre crianças de até seis anos a taxa teve um aumento de 8 para 12,7% no país. Em números o crescimento foi de 1,4 milhão para 2,2 milhões, o equivalente a 58%.
Uma das explicações para esse cenário foi a pausa na distribuição do auxílio emergencial feito em 2021 e que logo depois foi retomado, mas com valores reduzidos. Além disso, o estudo também considera o percentual de desemprego nos lares, bem como a inflação elevada que o país enfrenta.
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