Um estudo publicado na revista Nature Medicine revelou que o Programa Bolsa Família (PBF) teve um forte impacto nas redução de mortes por tuberculose no Brasil. O estudo, publicado na última semana, apontou que o programa foi responsável por diminuir casos da doença em 60% entre os povos indígenas, e 50% entre os que vivem em extrema pobreza.
A pesquisa analisou um período de 2004 a 2015 dados de mais de 54 milhões de pessoas, e foi comandada pelo Instituto de Saúde Coletiva (ISC/Ufba), pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) e pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal).
A tuberculose é uma das principais mortes infecciosas no Brasil e em outros países, está ligada diretamente à pobreza. Entre os mais de 54 milhões de brasileiros analisados, 43,8% eram beneficiários do Bolsa Família e os outros 56,2% não recebiam o benefício. E nos que recebiam, a taxa de letalidade também foi considerada menor.
“Sabemos que o programa melhora o acesso à alimentação, tanto em quantidade quanto em qualidade, o que reduz a insegurança alimentar e a desnutrição — um importante fator de risco para a tuberculose — e fortalece as defesas imunológicas das pessoas. Como resultado, também reduz as barreiras ao acesso à assistência médica”, disse Gabriela Jesus, coautora do estudo juntamente com Priscila Scaff, ambas pesquisadoras associadas ao Cidacs.
Os resultados mostram que o programa reduz a desigualdade social e promove melhoria nos indicadores de saúde, principalmente entre grupos mais vulneráveis, assim como pontuou um coautor do estudo, Dr. Davide Rasella. O PBF fornece apoio às famílias com a condição que garantam a frequência escolar dos filhos e os levem ao médico.
Confira o estudo na íntegra aqui.
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