Durante a festa do líder no BBB 23, na madrugada desta quinta (26) os participantes Cristian Vanelli e Key Alves tiveram falas consideradas objetificadas e preconceituosas sobre a participante Tina Calamba, que geraram debate nas redes sociais. Os internautas acusam os participantes de racismo, após a jogadora de vólei “oferecer” a modelo para Gabriel Tavares, Cristian e Cezar Black.
A psicóloga Lívia Marques explica como historicamente mulheres negras são colocadas em um lugar de desumanização e objetificação: “Essa atitude se faz em um lugar de oferecer nossos corpos para poder saciar outras pessoas e achando que tem domínio que nós queremos no lugar de decisão. Existe um lugar em que se menospreza, se despreza, e que a gente ainda percebe uns risos na fala deles de não valorização, de não humanização da Tina”, explica Lívia.
Key Alves disse aos brothers Cristian e Cezar que uma pessoa da casa estava “carente”, a fim de dar uns beijos na festa, e perguntou eles estariam interessados. Um dos brothers perguntou se era a Paula, mas Key disse que não e que, na verdade, a pessoa que estava ‘para jogo’ na festa era a Tina.
Após afirmar que era a participante angolana, a primeira reação dos rapazes foi de negativa. Cristian desconversou e não demonstrou interesse. “Ah não, tá maluco”. Já Gabriel Fop, que estava ao lado dos brothers, questionou Cézar. O enfermeiro respondeu: “É doido, é? É doida, tô de boa”.
Muitos espectadores viram a resposta dos brothers de forma muito grotesca em relação a jornalista e modelo e que soou como se os homens estivessem diminuindo Tina por ela ser uma mulher preta.
“Isso acontece no nosso dia-a-dia, nas nossas relações afetivas, de amizade e trabalho. Quem faz esse movimento de defender essa mulher negra, que pode estar se sentindo sozinha, se sentindo solitária e que esta acolhendo suas emoções? Mas quando outra pessoa faz disso um comentário que pode gerar deboche e que é invalidado, inviabilisado e desumanizado. E ai esse lugar de gerar gatilhos para quem está aqui do fora assistindo de lembrar situações nossas, do presente ou não”, explica a psicóloga.
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