Nesta quinta-feira (14) o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e de seu motorista Anderson Gomes completa seis anos. Sem informações ainda sobre os mandantes e motivações para o atentado, as investigações continuam e até o momento quatro suspeitos foram presos: Ronnie Lessa, Élcio de Queiroz, Maxwell Simões Corrêa, e Edilson Barbosa.
Ronnie foi preso em março de 2019, assim como Élcio de Queiroz, que em delação apontou Lessa como autor dos disparos contra Marielle e Anderson, e admitiu que dirigia o carro que perseguiu o veículo da vereadora. Maxwell Simões Corrêa, o Suel, também foi indicado no depoimento de Élcio como um dos envolvidos, por ter cedido o carro usado para no assassinato.
O suspeito preso mais recentemente no final do último mês, Edilson Barbosa, foi apontado pela investigação como o responsável por desmanchar o Cobalt prata usado no crime, em 2018. Até o momento, os três primeiros suspeitos que foram presos já são considerados réus pelos homicídios de Marielle e Anderson, e deverão ser julgados por um júri popular.
Ronnie Lessa foi expulso da PM, e em 2021 foi condenado a 4 anos e meio de prisão, em seguida a 5 anos, com o aumento da pena, por destruição de provas. O ex-policial ocultou as armas que teriam sido usadas no crime. O suspeito segue preso na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Suel, que é ex-sargento do Corpo de Bombeiros, também é investigado por ajudar a esconder as armas após o crime, e auxiliar no descarte delas. Além disso, no depoimento de Élcio, afirma que Suel também participou de uma tentativa de matar a vereadora em 2017.
As investigações sobre o caso sofreram com algumas mudanças ao longo dos seis anos. Nos primeiros meses após o assassinato, a Polícia Civil comandou a investigação pela Delegacia de Homicídios da Capital, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
Mas em fevereiro de 2023, o então ministro da Justiça, Flávio Dino, permitiu que a Polícia Federal instaurasse um inquérito para investigar os assassinatos, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves, que também estava no carro com a vereadora e o motorista, mas que sobreviveu.
No Ministério Público, desde 2018, foram feitas mais de uma mudança dos promotores responsáveis, até que em 2023, uma nova equipe de trabalho foi montada, que segue investigando o caso até agora.
Homenagens
Nesta quinta-feira (14), um ato em frente à Câmara dos Vereadores, na Cinelândia, no centro do Rio, foi feita em homenagem a Marielle e Anderson. A manifestação nas escadarias da Câmara lembrou os seis anos dos assassinatos, com parlamentares e amigos da vereadora, além de diversos movimentos de mães e familiares de vítimas da violência policial do estado do Rio de Janeiro, junto com o Instituto Marielle.
Além disso, o Festival Março por Marielle e Anderson organizado pelo Instituto que leva o nome da vereadora, será realizado no final do dia, também no centro da cidade, para pedir justiça pelos assassinatos.
O Instituto se manifestou com relação a data de hoje: “A justiça que queremos vai além da responsabilização dos executores e dos mandantes deste crime político que tirou as vidas da Marielle e do Anderson. Buscamos por uma justiça ampla, que se estenda a outros casos, e assegure medidas de reparação e de não repetição garantindo que nenhuma outra mulher negra seja interrompida na política“.
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