Com a intenção de potencializar conceitos e narrativas positivas sobre pessoas negras, quatro artistas negros de Campos dos Goytacazes, do interior do estado do Rio de Janeiro, participam da exposição “Nuances”. A mostra entrou em cartaz em abril, e continua aberta ao público até 01 de junho.
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A entrada é gratuita e tem inscrição aberta para visitas guiadas no Ateliê Matheus Crespo, no Centro da cidade, onde as 21 obras são expostas. Além delas, uma instalação desenvolvidas pelos artistas visuais Pablo Malafaia, Agnis Nogueira, Matheus Crespo e Kellem Monteiro, também está exposta.
“O que temos a dizer quando podemos contar as nossas próprias histórias? É tudo pra ontem, é tudo pra hoje, é tudo pra amanhã. A busca por uma conexão ancestral que possa servir de cura para as mazelas do racismo, a urgência por recriar imagens que desapareceram ao longo da história e a tentativa de reanimar memórias são missões que nos levam ao passado e recriam o presente e o futuro”, afirmou o artista e curador de Nuances, Matheus Crespo.
O município é um polo artístico com nomes como João de Oliveira, campista artista plástico negro que teve destaque no Norte Fluminense, Brasil e no mundo. As obras foram expostas no Salão de Artes Contemporâneas do Museu do Louvre, em Paris, na França, em 2014 e 2017.
As artes, como quadros, foram feitas com tridimensional. “Índios” e “Criancices” são alguns dos projetos mais conhecidos dele. Os trabalhos de João do Índio, como também era chamado, foram expostos ainda em Londres, Itália e Alemanha.
Outra das grandes referências é artista negra campista que rompeu com as barreiras impostas pelo racismo e conquistou reconhecimento internacional. Mercedes Baptista foi a primeira mulher negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal da capital fluminense e responsável pela criação do balé afro-brasileiro.
Para a historiadora Cléa Leopoldino, ter referências negras ao longo da história e na atualidade faz a diferença para que as futuras gerações se espelhem e tenham a certeza de que são capazes também de alcançar o sucesso.
“A (atriz) Zezé Motta anuncia que é campista e está sempre que pode em Campos. Se ela vai faz um show, ela fala ‘Eu sou dessa terra’, ela busca mostrar para o campista que ela é uma campista que deu certo. É legal ter referência daquela pessoa. Acho que construir legado é isso: se aproximar e mostrar que é possível“, destacou a historiadora citando ainda o compositor campista Wilson Batista, grande compositor do samba.
A exposição coletiva acontece com: Kellem Monteiro, apresentando uma coletânea de obras criadas a partir de fotografias, retratando familiares e pessoas comuns do seu bairro; Agnis Nogueira, exibindo pinturas que simbolizam práticas ancestrais através de uma abordagem moderna, inspiradas na estética afrofuturista; Pablo Malafaia expondo pinturas marcantes de pessoas do cotidiano, através de técnicas mistas como stencil, grafite e tinta acrílica; e Matheus Crespo apresentando uma instalação de raízes como símbolos de conexão, comunicação e tecnologia.
Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Paulo Gustavo, apresentam Nuances.
A Exposição Nuances fica disponível gratuitamente ao público de quarta a sexta-feira, das 10h às 17h, e aos sábados das 14h às 19h, no Ateliê Matheus, na Rua Barão da Lagoa Dourada, número 212, no Centro de Campos.
Exposição Nuances
Data: 20/04 à 01/06
Funcionamento: quarta à sexta das 10h às 17h
Sábados das 14h às 19h
Entrada: Gratuita
Local: Ateliê Matheus Crespo
Endereço: Rua Barão da Lagoa Dourada, nº 212 – Centro de Campos dos Goytacazes, RJ.
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