80 estudantes e 10 professores da rede pública de ensino participam do “Era uma Vez… Brasil”, projeto que trabalha em escolas municipais brasileiras a História não contada pelos livros didáticos tradicionais. Neste domingo (13), eles viajam para Portugal com o intuito de percorrer os caminhos da corte portuguesa antes da chegada ao Brasil e conhecer uma parte da sua própria História.
O intercâmbio cultural de 10 dias, é uma das etapas do projeto que reconta a História do Brasil, trabalhando na sala de aula de escolas municipais brasileiras narrativas que exaltam a importância dos povos originários e quilombolas na construção histórica do país.
No grupo estão estudantes e professores, de oitavo ano, da rede pública de ensino de oito cidades brasileiras: Belo Jardim (PE), Ribeirão Preto, Serrana, Lençóis Paulista, Macatuba (SP), Salvador, Mata de São João e Jacobina (BA).
Muito além de uma viagem turística internacional para Portugal, os participantes têm no intercâmbio a continuidade de um processo pedagógico que teve início junto ao ano letivo das escolas e veio se desenvolvendo ao longo dos meses de 2022. Nesse período, quatro etapas deram conta de trabalhar a formação de docentes e alunos com foco no tema do projeto: ‘a colonização do Brasil e os principais impactos das transformações instituídas pelos portugueses na vida de pessoas invisibilizadas pela História clássica, especialmente no período em que a corte esteve em solo brasileiro’.
“Além do momento mais esperado pelos alunos, a viagem é também uma das etapas mais significativas do projeto. A vivência de estar em outro país, para a grande maioria deles, pela primeira vez, e conhecer um lado das suas origens, aprendendo sobre outra cultura, percorrendo caminhos que só viram nos livros e trocando conhecimento com outros jovens é uma experiência muito marcante para os estudantes”, destaca Marici Vila, diretora executiva da Origem Produções, realizadora do projeto.
Em um programa de atividades educativas, artísticas e culturais, o “Era Uma Vez… Brasil” exalta a diversidade, pluralidade e ancestralidade da formação identitária histórica e cultural do Brasil, valorizando a perspectiva dos povos indígenas e africanos e trabalhando conceitos fundamentais como antirracismo, afrocentricidade, indigenismo, ecossocialismo.
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Uma das referências básicas para o trabalho é o livro 1808, do escritor Laurentino Gomes, que é também padrinho do projeto. Além de propor a pesquisa sobre história e cultura do Brasil, o programa estimula também a escrita e a leitura, além do conhecimento mais aprofundado sobre história em quadrinhos (HQ) e audiovisual.