O secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, falou na manhã desta sexta-feira (3) sobre instalar câmeras nas fardas dos agentes da Polícia Militar da Bahia (PM-BA). Ele diz que a ferramenta será adquirida assim que algumas burocracias forem vencidas.
“Temos um mês de pasta e fomos nos assenhorando da pasta para poder entender o processo. Isso é um compromisso de governo e vamos instituir as câmeras. O que está faltando é a burocracia”, afirmou.
O secretário de Segurança Pública não determinou um prazo para instalação das câmeras. Foto: Rovena Rosa – Agência Brasil.
Werner afirma que com a mudança da gestão estadual, houve uma retomada na compra dos equipamentos e fala sobre o processo de aquisição. “Tem que haver uma reavaliação dos preços, uma cotação de preços, o processo licitatório tem que passar novamente. Isso já está em trâmite”. Disse o secretário.
Apesar de alegar que a intenção é implantar tecnologia na corporação baiana o mais depressa possível, o secretário não estipulou um prazo. “Esse é um dado que está na minha competência como secretário”, pontuou.
Mortos pela polícia na Bahia
De acordo com a Rede de Observatórios de Segurança, a Bahia, registrou 616 pessoas mortas em decorrência de intervenção de agentes do Estado, em 2021. Desse total, 603 eram negras (528 pardas e 75 pretas). Descartando os casos em que a raça da vítima não é informada, esse número representa 97,9% dos casos.
Em Salvador, capital do Estado foram registrados 299 mortos, dentre as vítimas apenas uma não era negra. No estado inteiro, uma pessoa negra é morta pela polícia a cada 24h.
A Bahia registrou 603 mortes de pessoas negras durante intervenção da PM, em 2021. Foto:Divulgação/ SSP
O maior número de letalidade em Salvador foi registrados nos bairros Castelo Branco, Iapi, Fazenda Grande Do Retiro, São Marco, Valeria, Alto Do Cabrito, São Cristóvão, Sete De Abril, Mata Escura e Santa Cruz.
Os dados são do boletim Pele alvo: a cor que a polícia apaga, divulgado em novembro de 2022, avaliam sete estados: BA, CE, MA, PE, PI, RJ e SP. E a Bahia está com o maior percentual avaliado pela pesquisa.
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