A bailarina clássica Ingrid Silva sofreu um episódio de racismo na última segunda-feira (16), na Philadelphia (EUA). Em suas redes sociais, ela conta que estava passeando com a família e conversando quando foi abordada por um homem que perguntou se ela falava português. Ela disse que sim, que era brasileira e o homem disse que estava no Brasil recentemente.
Em seguida, ele pergunta se ela era moradora da Philadelphia e ela disse que não, que estava ali à trabalho . Foi quando ele perguntou se ela estava ali trabalhando como faxineira. Surpresa, ela respondeu que era bailarina clássica.
“Em catorze anos morando em Nova York, nunca conversei com alguém que simplesmente assumisse achar que eu estaria limpando. [a sociedade] É toda estruturada para que pessoas pretas não tenham oportunidade de crescer ou quando elas crescem não são vistas dessa forma”, ela conta.
Também em suas redes, ela fala que, mesmo tendo destaque e representando sua profissão enquanto mulher preta, o homem ficou surpreso com seu renome enquanto bailarina clássica. Ela alerta pra a importância de educar racialmente as futuras gerações.
“Sempre revejam como vocês educam seus filhos, como vocês têm esses tipos de diálogos. Como vocês ensinam a respeitar o próximo independente de cor, sexualidade e como essa criança vê o seu futuro”, alerta.
Ingrid ressalta ainda o cansaço de ver pessoas brancas naturalizarem falas como essas que ouviu do homem. “Não vai ser a primeira nem a última vez que isso vai acontecer comigo porque eu sou uma mulher preta. Mas mesmo sofrendo essa racismo eu vou aprendendo a lidar com ele e ensinando as pessoas a minha volta a me respeitarem. Porque é só isso que a gente quer, respeito”.
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E continua em seguida “[ o racismo], foi de uma sutiliza mas também de uma agressividade, que se eu não tivesse em dia com terapia, com diálogos avançado no meu grau de entendimento, isso poderia ter acapado comigo. (…)Por isso é muito importante a gente ter essa conscientização. Quero um futuro que a minha filha não tenha que passar por isso”, finaliza Ingrid Silva.