Uma mulher de 55 anos foi vítima de racismo dentro de uma loja da Riachuelo, no shopping Praiamar, em Santos, litoral de São Paulo, na noite do último domingo (14). A filha da vítima, Laila dos Santos, disse que estava com a mãe, quando uma mulher apontou para ela e disse: “preto tem que morrer”. A polícia militar foi chamada pela filha na mesma hora e a mulher foi presa em flagrante por discriminação.
Laila conta que ao tentar chamar a polícia foi desencorajada por testemunhas e até mesmo pelos seguranças da loja: “Todo mundo falava que isso não ia dar em nada. Mas, eu afirmei que iria até o final e ia registrar um boletim de ocorrência. Estão ofendendo e matando pessoas utilizando como pretexto laudos para fazer o que querem, e isso tem que ser impedido”. Laila conta que a mãe permanece em estado de choque após o ataque.
A Polícia Militar confirmou que foi acionada para atender o caso e estiveram no local conduzindo os envolvidos para a delegacia. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) informou ao G1 que a mulher foi presa em flagrante por praticar discriminação. “Ela foi autuada em flagrante e encaminhada a CPJ [Central de Polícia Judiciária] de Santos onde o caso foi registrado”, informa.
Entenda mais sobre o caso
A filha, Laila, conta que passeava pelo shopping com a família e que sua mãe já sofreu com insultos logo que se aproximou da entrada da loja de departamentos. “Ela puxou o andador e pegou o cartão dela. Depois, passou perto da gente e perguntou ‘o que você está olhando?’”, afirma. Laila retrucou, pedindo que a mulher não falasse daquela forma com sua mãe. A mulher a ignorou e entrou na loja.
“Eu continuei na porta e minha mãe ficou nas primeiras araras escolhendo a compra para o Dia dos Pais. Essa menina entrou na loja, cutucou a minha mãe e apontou o dedo na cara da minha mãe e falou que ‘preto tem que morrer’. Ela falou em alto tom, e uma funcionária da loja e outras pessoas ouviram”, contou Laila. Ao perceber o que tinha feito, a agressora tentou sair da situação chamando sua mãe para ir embora. A senhora alegou que sua filha sofria de transtornos psiquiátricos.
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Laila conta que pediu ajuda para impedir que a mulher saísse da loja e se sentiu muito mal pelo tratamento recebido: “Chamei os seguranças do shopping para inibir a saída dela. Até o primeiro momento, o pessoal do shopping queria que a gente não filmasse, porque eles não queriam expor a situação, e queriam que a gente fosse para uma sala privada (…). Parece que a gente estava errado. É algo que não dá para acreditar”, relata.
O Praiamar Shopping informou, nesta segunda-feira (15), por meio de nota, que é contra todo e qualquer tipo de discriminação, repudia o fato relatado e que também irá colaborar com todas as investigações.
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