O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) indiciou uma advogada por injúria racial contra um garçom no município de Várzea da Palma, no Norte de Minas, que ocorreu em dezembro de 2020. Na denúncia, realizada na última quarta-feira (4), o Ministério Público contabilizou a infração por seis vezes e solicitou a suspensão do exercício da profissão da acusada.
Segundo o MPMG, a investigação da polícia mostrou que, mesmo a mulher sabendo nome do garçom e o conhecendo há mais de 20 anos, direcionou frases como “preto serve para limpar a mesa de branco”, “preto e serviçais nasceram para servir os brancos, de nariz afilada e cabelos lisos” e “negros comiam na senzala”. A advogada também o chamou de forma pejorativa e preconceituosa, de “nego” e “preto”.
A 1ª Promotoria de Justiça de Várzea da Palma e a Coordenadoria de Combate ao Racismo e a Todas as Outras Formas de Discriminação (CCRAD), responsáveis pelo caso, informou que a denunciada atua e exerce advocacia na comarca de Minas Gerais.
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“No decorrer do evento, essas falas se repetiram, intensificando o teor pejorativo e preconceituoso. Logo que voltou a servir a mesa onde estava a denunciada, a vítima foi novamente injuriada em razão de seu fenótipo e, além de ser chamada pela advogada de ‘preto’, recebeu ordens para que limpasse a mesa com a seguinte motivação: ‘preto serve para limpar mesa de branco'”, diz a Promotoria e o CCRAD.
O garçom pediu por respeito e que fosse chamado pelo nome, mas voltou a receber injúrias “preto e serviçais nasceram para servir os brancos, de nariz afilado e cabelos lisos”. As frases de conteúdo racistas continuaram sendo direcionadas ao trabalhador durante outros momentos da comemoração. O Boletim de Ocorrência foi realizado após o evento, a vítima, segundo a investigação, não fez o B.O. durante o momento da ação por respeito à organizadora.
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