Nenhum dos mortos na megaoperação policial realizada na última terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, estava entre os alvos oficiais da denúncia apresentada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado) que embasou a ação. A informação foi confirmada a partir de trecho da denúncia e da lista parcial divulgada pela Polícia Civil nesta sexta-feira (31), com os nomes de 99 suspeitos já identificados.
Segundo o levantamento, nenhum dos mortos possuía mandado de prisão ligado ao processo que originou a operação. Ainda assim, 42 dos identificados tinham mandados em aberto por outros crimes, e 78 apresentavam histórico criminal, o que significa que já tiveram passagem pela polícia, mas não necessariamente respondem por algum crime no momento.

Especialistas em direito e organizações civis lembram que, segundo a Constituição Federal, nenhuma pessoa pode ser executada sem julgamento e devido processo legal, e que a pena de morte é proibida no Brasil, salvo em casos de guerra declarada.
O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, afirmou que 40 dos mortos eram de outros estados, onde também ocupavam posições de liderança em facções criminosas.
“Temos exemplos muito sensíveis: do Espírito Santo, Russo, chefe do tráfico em Vitória; do Amazonas, Chico Rato e Gringo, chefes do tráfico em Manaus; da Bahia, Mazola, de Feira de Santana; e de Goiás, Fernando Henrique dos Santos, chefe do tráfico naquele estado”, disse Curi.
LEIA TAMBÉM: O principal alvo da operação que matou 121 pessoas escapou e não foi preso
A operação, que deixou 121 mortos e 113 presos, foi a mais letal da história do Rio de Janeiro. De acordo com a Secretaria de Segurança, todos os corpos foram reconhecidos por familiares no Instituto Médico-Legal (IML) e estão sendo liberados para sepultamento.
Até o momento, 18 corpos ainda aguardam identificação oficial, e as investigações seguem sob acompanhamento do Ministério Público e da Defensoria Pública do Estado.









