De acordo com um estudo da Universidade de Genebra, na Suíça, adolescentes sujeitos a regras rígidas sobre o uso de smartphones durante a noite dormem mais e apresentam melhor desempenho escolar. A pesquisa, que ouviu 329 estudantes entre 13 e 15 anos, constatou que o controle específico do aparelho no quarto rende mais de quatro horas e meia extras de sono por semana.
A investigação mostrou que outras restrições, como limitar o tempo total de tela ou definir um horário fixo para dormir, não tiveram um impacto significativo na quantidade de horas dormidas. O efeito positivo foi observado apenas quando os pais impediam o uso do dispositivo no quarto ou no período noturno.
Conforme apurado pela Universidade de Genebra, esse sono adicional – crucial numa fase em que se recomenda ao menos nove horas de descanso – beneficia a memória, a atenção e a estabilidade emocional dos jovens, ao mesmo tempo que reduz os riscos de ansiedade e depressão. “Os pais, portanto, têm um papel central a desempenhar.

O envolvimento deles influencia diretamente a saúde e o sucesso da criança”, afirmou o doutorando Kevin Mammeri, autor principal do estudo, em declaração à instituição. Ele ressaltou a importância de estabelecer esse limite antes dos 15 anos, pois depois fica mais difícil corrigir maus hábitos.
A exposição excessiva às telas é um agravante. Um outro estudo da Unisanté, de Lausanne, apontou que jovens de 14 anos em 2020 tinham 12 vezes mais probabilidade de passar mais de quatro horas por dia em frente a uma tela do que em 2012, o que prejudica a duração e a qualidade do sono.
A pesquisadora e neurocientista Virginie Sterpenich, que liderou o estudo em Genebra, defende que as escolas também atuem nessa conscientização, especialmente em um cenário em que “muitos ficam na cama com o celular, sem uma distinção clara sobre onde eles dormem e onde acessam a internet”.
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