COP30: ONU orienta redução de delegações diante da falta de hospedagem em Belém

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De acordo com apuração do UOL, a Organização das Nações Unidas recomendou oficialmente que suas agências e entidades parceiras diminuam o número de integrantes que irão compor as delegações na COP30, marcada para Belém, em 2025. A medida foi comunicada por Simon Stiell, secretário-executivo da Convenção do Clima da ONU (UNFCCC), em documento enviado no dia 9 de setembro.

No comunicado, Stiell argumenta que a capital paraense enfrenta limitações de infraestrutura e capacidade, e por isso as missões devem rever seus quadros. O pedido mira especialmente os chamados overflow badges, credenciais usadas em conferências anteriores para incluir consultores, técnicos e convidados que não integram formalmente os órgãos da ONU. Na COP29, no Azerbaijão, esse grupo chegou a ultrapassar 14 mil credenciados.

Como alternativa, a entidade indicou que pretende reforçar a participação virtual, permitindo que parte dos assessores acompanhe os debates a distância. “A participação virtual estará disponível para todas as organizações da ONU e mais informações serão divulgadas oportunamente”, diz um trecho da carta.

A escassez de hospedagem em Belém é hoje o principal impasse para a realização da conferência. Segundo o Ministério do Turismo e a Secretaria Extraordinária da COP30 (Secop), 71 países já garantiram reservas, entre eles Japão, Espanha, Noruega, Portugal, Egito e Arábia Saudita. Parte dessas reservas foi feita na plataforma oficial do governo, enquanto outras ocorreram de forma direta com hotéis e sites de hospedagem.

A diária subsidiada pela ONU, de US$ 144, está bem abaixo do preço médio praticado na cidade, que gira em torno de US$ 350Foto: Mauro Neto/ SECOM.

Apesar desse avanço, os custos seguem sendo alvo de críticas. A diária subsidiada pela ONU, de US$ 144 (aproximadamente R$ 756), está bem abaixo do preço médio praticado na cidade, que gira em torno de US$ 350, quase R$ 2 mil. Por isso, delegações de países em desenvolvimento pressionam por ajustes no teto das diárias e chegaram a pedir que o Brasil auxilie no custeio das acomodações, proposta que foi rejeitada pelo governo federal.

Em nota, a Secop informou que o país se comprometeu a oferecer 15 quartos individuais, com preços entre US$ 100 e US$ 200, voltados a países menos desenvolvidos (LDCs) e pequenos Estados insulares (SIDS). O Brasil também apoiou oficialmente a revisão do valor do subsídio da ONU em Belém, defendendo que os tetos se aproximem de cidades como Rio de Janeiro (US$ 229), São Paulo (US$ 234) e Paraty (US$ 435).

Nos bastidores, autoridades brasileiras reconhecem a urgência em dar respostas. Em agosto, o secretário extraordinário da COP30, Valter Correia da Silva, afirmou que uma equipe técnica foi criada para dialogar com as delegações e identificar suas principais dificuldades. “A gente acredita que muitos países estavam esperando a reunião do bureau para ver o que traríamos como respostas”, disse.

Com todas as 196 partes já manifestando interesse em participar, a expectativa é que a força-tarefa consiga ampliar as confirmações e mitigar o impasse da hospedagem antes da abertura da conferência.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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