Brasil apresenta fundo bilionário para proteção de florestas na COP30

Brasil apresenta fundo bilionário para proteção de florestas na COP30. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Brasil apresenta fundo bilionário para proteção de florestas na COP30. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Brasil levará para a COP30, que ocorre em novembro no Pará, uma proposta inovadora de financiamento de florestas tropicais. Batizado de “Fundo Florestas Tropicais Para Sempre” (TFFF, na sigla em inglês), o mecanismo prevê gerar até 4 bilhões de dólares por ano para países em desenvolvimento que mantenham suas florestas em pé, incluindo Amazônia e Mata Atlântica.

O objetivo é criar um modelo de investimento, e não de doação, que valorize o ativo florestal existente. Países com taxa de desmatamento inferior a 0,5% poderão receber pagamentos anuais por hectare preservado, com penalizações proporcionais para áreas desmatadas. A proposta também prevê que pelo menos 20% dos recursos beneficiem povos indígenas e comunidades tradicionais, atendendo a uma demanda histórica por reconhecimento e remuneração direta pelo cuidado com os territórios.

Brasil apresenta fundo bilionário para proteção de florestas na COP30. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Brasil apresenta fundo bilionário para proteção de florestas na COP30. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A iniciativa surge diante da insuficiência de recursos globais para conservação. Estimativas da ONU indicam que seriam necessários 8,9 bilhões de dólares anuais para proteger as florestas tropicais até 2030. Se efetivado, o TFFF representaria quase metade desse valor, podendo apoiar mais de 70 países.

O fundo funciona como um investimento de longo prazo: os países que aportarem recursos receberiam de volta o capital acrescido de juros baixos. A operacionalização deve ser feita pelo Banco Mundial, garantindo segurança para investidores e viabilizando a meta de capitalização de 125 bilhões de dólares.

O Brasil coordena um comitê interino formado por doze países, incluindo potências tropicais e economias capazes de aportar recursos iniciais. A proposta foi construída em diálogo com organizações de povos tradicionais, buscando blindar os recursos de mudanças políticas e garantir sua aplicação efetiva.

Para especialistas, o TFFF pode ser uma alternativa rápida e inovadora frente aos mecanismos de financiamento existentes, incentivando o valor econômico da floresta em pé e fortalecendo compromissos globais de redução do desmatamento. A expectativa é que, durante a COP30, o fundo seja lançado oficialmente e comece a atrair investidores internacionais.

Leia também: Às vésperas da COP30, MPF denuncia “limpeza social” em Belém

Rafaela Oliveira

Rafaela Oliveira

Rafaela Vitória é graduanda em Jornalismo, nascida no Maranhão, com atuação profissional em mídias sociais e audiovisual, e interesse em narrativas sobre raça e cinema.

Deixe uma resposta

scroll to top