O ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, preso por tentativa de feminicídio após agredir a namorada com mais de 60 socos dentro de um elevador em um condomínio de Natal, denunciou ter sido agredido por agentes penais na Cadeia Pública Dinorá Simas, em Ceará-Mirim, para onde foi transferido no dia 1º de agosto. A denúncia foi registrada na Delegacia de Plantão da Zona Norte de Natal, onde ele prestou depoimento na mesma noite.
Segundo Igor, ao chegar à unidade prisional, ele foi colocado nu em uma cela isolada, permaneceu algemado e sofreu agressões com murros, chutes, cotoveladas e spray de pimenta. Ainda de acordo com o depoimento, os policiais penais teriam dito que ele havia “chegado no inferno” e o encorajaram a tirar a própria vida.

LEIA TAMBÉM: Paraíba tem maiores índices de feminicídios em 10 anos, aponta pesquisa
A Secretaria da Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte informou que tomou providências imediatas ao tomar conhecimento da denúncia. A pasta enviou representantes da Coordenadoria da Administração Penitenciária e da Ouvidoria do Sistema Penitenciário à unidade, acompanhou o interno para registro da ocorrência e encaminhou Igor Cabral para exame de corpo de delito no Instituto Técnico-Científico de Perícia.
O ex-jogador foi preso após câmeras de segurança flagrarem o momento em que ele agrediu violentamente a namorada com dezenas de socos em um elevador. A vítima sofreu fraturas no rosto e foi submetida a cirurgia reconstrutiva no dia 1º de agosto.
A defesa de Igor Cabral afirmou que ainda não teve acesso ao cliente após o ocorrido e que aguarda informações sobre as providências adotadas. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e pela Corregedoria do Sistema Penitenciário do estado, que apuram se houve abuso de autoridade ou prática de tortura por parte dos agentes envolvidos.
A prisão de Igor Cabral foi decretada preventivamente e ele responde por tentativa de feminicídio. A denúncia de agressão dentro da unidade prisional levantou questionamentos sobre a conduta dos policiais penais e o cumprimento de protocolos no sistema carcerário potiguar.