Mesmo com reclamações de países sobre hospedagem cara, a conferência do clima da ONU será realizada em novembro, em Belém. O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, afirmou nesta sexta-feira (1º) que não existe plano B e que o governo busca reduzir os custos para garantir a presença de todas as delegações.
O anúncio foi feito após a divulgação de uma carta assinada por representantes de 25 países à organização da COP30 e à ONU, pedindo garantias de hospedagem com preços acessíveis. Os negociadores alertaram que os valores atuais de hotéis e casas em Belém estão muito acima da capacidade de pagamento de delegações de países em desenvolvimento.

Segundo Corrêa do Lago, a carta acendeu um alerta diplomático e colocou os custos de hospedagem como um obstáculo para a participação das delegações mais pobres. Ele disse que países afirmaram que conseguem pagar cerca de 70 dólares por diária, valor que não tem sido encontrado no mercado local.
Para reduzir o impacto, o governo federal anunciou uma operação que inclui negociação direta com hotéis, uso de plataformas online de hospedagem e alternativas como navios-cruzeiro, alojamentos temporários e até imóveis do programa “Minha Casa, Minha Vida”. Também há um monitoramento de preços para evitar abusos.
A COP30 está marcada para 10 a 21 de novembro, com a cúpula de chefes de Estado prevista para os dias 6 e 7. A expectativa é de que cerca de 50 mil pessoas participem do evento. A escolha de Belém, capital paraense que vive diretamente os efeitos da crise climática, foi apresentada como símbolo da urgência das discussões ambientais na Amazônia.
Organizações da sociedade civil alertam que, além de infraestrutura, é preciso garantir que as populações locais também participem e sejam ouvidas, já que a região enfrenta desafios sociais e ambientais que estarão no centro das negociações internacionais.