Por ano a indústria de cinema e televisão norte-americana (sem incluir esportes ou reality shows) movimenta US$ 148 bilhões e poderia aumentar a receita anual em 7% ou cerca de US$ 10 bilhões ao ano, melhorando a representação negra no set e na tela, de acordo com o relatório. Ou seja, falta representatividade em Hollywood.
A conclusão foi publicada em um relatório da da McKinsey & Company, publicado na última quinta-feira(11).
O levantamento revela o aumento do interesse do público por narrativas diversificadas e critica a falta de representatividade, concluiu a McKinsey . Entre 2017 e 2019, a demanda mais do que dobrou por novos projetos de televisão que apresentavam elencos compostos por pelo menos 40% de minorias raciais e étnicas.
No entanto, os projetos liderados por negros ainda são “subfinanciados e desvalorizados” em Hollywood, de acordo com a McKinsey, apesar do fato de frequentemente obterem retornos maiores do que outros projetos.
Nos filmes, a representatividade reflete aproximadamente a composição demográfica da população dos EUA (13,4% negra), mas o talento preto representa apenas 11% dos papéis principais em filmes e muitas vezes se limita a projetos relacionados à sua raça, que têm menos investimento.
Quanto à televisão, varia muito com base na plataforma: em 2019, 14% dos atores principais em programas a cabo e pouco menos de 12% em programas de transmissão eram negros; atrações com protagonistas pretos em plataformas de streaming representaram menos de 5% da indústria total.
O talento negro na tela também costuma ser limitado aos tipos de papéis disponíveis, a McKinsey descobriu: “Quando [os estúdios] procuram conteúdo negro, eles procuram Wakanda ou pobreza, sem meio-termo”, um criativo executivo disse à empresa de consultoria.
“Apoiar projetos negros. Fazer mais dinheiro. A matemática está bem aí”, disse a produtora de Hollywood LaToya Morgan, que trabalhou em séries de sucesso como “The Walking Dead”, “Parenthood” e “Shameless”.
“Essa é a parte absurda do racismo”, disse Rob Field, fundador do NBI Festival, que celebra a cultura negra. “Você não se importa se está perdendo dinheiro por não apoiar filmes negros. ‘Sim, estamos perdendo dinheiro, mas são apenas dólares pretos’.”