A vereadora Jéssica Lemonie (PL) de Itapoá (SC) quer retirar o livro “Capitães da Areia”, de Jorge Amado, do acervo das escolas públicas da cidade. A parlamentar segue a cartilha da extrema-direita que vê na censura de temas populares, principalmente ligados a educação, uma forma de instrumento político.
A solicitação foi realizada durante uma sessão na Câmara de Vereadores de Itapoá e, de acordo com a parlamentar, a obra é inadequada para alunos com idade entre 12 e 13 anos, e afirmou que o conteúdo do livro, um clássico da literatura brasileira é “impróprio” para o público infantojuvenil.

Para ela, o livro “promove a marginalização infantil”, além de classificar Jorge Amado como “escritor comunista”, e seria uma “tentativa de infiltração da esquerda” nas escolas. De fato Jorge Amado filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e foi eleito deputado federal pelo partido em 1946.
Outros clássicos da literatura brasileira presente nas escolas são de escritores a direita como:
- “O Guarani, Senhora, Iracema“, de José de Alencar, que foi deputado do Partido Conservador durante o Império. Era defensor do patriarcalismo e da monarquia, era nacionalista conservador; combatia o abolicionismo e defendia o escravismo em certos períodos de sua vida.
- “Casa-Grande & Senzala”, de Gilberto Freyre, ligado à direita moderada, apoiou o regime militar nos anos 1960. Conservador cultural, defensor de uma interpretação positiva da herança luso-brasileira e da miscigenação (o que foi posteriormente criticado por setores da esquerda).
- “Os Lusíadas“, de Luís Vaz de Camões, apesar não ser de direita pelo tempo histórico em que viveu, Os Lusíadas é a epopeia nacional portuguesa, celebrando as conquistas marítimas dos portugueses, com foco em Vasco da Gama e os “heróis lusitanos”. Tem valor artístico e intelectual, mas sua visão política está alinhada com o projeto imperialista cristão e monárquico do século XVI.
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