Mali assume controle de maior mina de ouro e anuncia refinaria nacional: “Um sonho”, diz presidente

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O Mali estatizou uma das maiores minas de ouro do mundo, na última semana. Apesar de estar em seu território o complexo Loulo-Gounkoto, pertencia a empresa canadense Barrick Mining, mas devido a mudança do código de mineração no Mali, em 2024 o país africano foi capaz de tomar de volta o controle de suas riquezas.

Os países da região do Sahel passam por um processo político intenso, Mali, Níger e Burkina Faso passaram por trocas de gestão. Analistas da direita chamam de golpe militar e os analistas a esquerda chamam de revolução, mas fato é que os três países tiveram presidentes depostos por militares que vem gerindo esses países entre acertos e erros. Em 2020 e em 2021, Assimi Goïta fez parte da liderança nas mudanças do Mali, e é o atual presidente.

“É um sonho há muito esperado do povo maliano e hoje se torna realidade”, disse Goïta na inauguração da obra.

Uma das características dos movimentos desses militares é a forte presença do nacionalismo, o discurso de nacionalizar as riquezas e tirar das mãos estrangeiras, assim a mudança do código de mineração do Mali, permitiu que o Tribunal do Comércio de Bamako oficializasse a retomada da mina de ouro.

Mudança do código de mineração do Mali, permitiu que o Tribunal do Comércio de Bamako oficializasse a retomada da mina de ouro – Foto: Reprodução/divulgação/presidência Mali.

O Mali é o segundo maior produtor de ouro da África e o quarto maior produtor do mundo. A justificativa para retomar o controle da mina é que a Barrick estaria devendo impostos e operava sob contratos desfavoráveis firmados com governo anteriores.

Além da retomada da mina de ouro, a administração de Goïta não se contentou em apenas tomar poder do ouro bruto que sai das minas e anunciou a construção de uma refinaria de ouro, o que potencialmente industrializa o país neste setor e torna sua produção mais diversificada.

Se concluída a obra esta será a primeira refinaria estatal de ouro da África Ocidental, e isto ocorre em parceria com o conglomerado russo Yadran. Caso se concretize a refinaria será erguida em Senou, próximo de Bamako, e há previsão de ter capacidade de produzir 200 toneladas de ouro por ano.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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