Lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divergem do governo e denunciam a gestão do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, de inflar números de assentamentos apenas para divulgação. Em entrevista a Folha de S. Paulo os militantes disseram que há “incompetência na gestão de Teixeira”. O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) afirma que há transparência nos dados.
O dirigente nacional do MST, Silvio Netto falou com a Folha sobre um processo de desapropriação que segue parado. O acampamento Quilombo Campo Grande tem famílias do MST desde 1990, em Campo do Meio, no sul de Minas. No dia 7 de março deste ano o presidente Luís Inácio Lula da Silva assinou decretos para desapropriação. Mas segundo o militante não houve efeito prático.
“O processo ficou parado após aquela demonstração toda de compromisso do presidente. Não se moveu mais nenhum centímetro no sentido de garantir o direito das famílias“, afirmou Netto que seguiu: “Se o presidente tivesse conhecimento dessa incompetência, o Paulo Teixeira já teria sido demitido“, afirmou. Três lotes de Campo do Meio aparecem como entregues.
“Nós já cadastramos 125 mil pessoas morando em acampamentos. Durante o governo do presidente Lula, nós nos comprometemos a assentar 60 mil famílias, no mínimo. A nossa meta para 2025 é de assentar 30 mil famílias, nós encerramos maio com mais de 15 mil famílias assentadas. Nós vamos cumprir a meta!“, afirmou o ministro em agenda pelo Governo Federal.
Versão do MDA
Segundo o ministério a Procuradoria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) já está elaborando ação sobre o Campo do Meio para entregar a Justiça, além disso informa que o prazo para entrar com ação judicial é de dois anos após o decreto de desapropriação. No caso março de 2027.
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