Um levantamento do Departamento de Trabalho e Previdência do Reino Unido revelou que mais de 30% das crianças britânicas vivem em situação de pobreza relativa. O dado, referente ao período até abril de 2024, aponta que 4,45 milhões de crianças estão em famílias com renda considerada baixa após os custos com moradia, nessa que segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), é uma das maiores economias do mundo.
Organizações sociais como a Trussell Trust, que administra uma rede nacional de bancos de alimentos, apontam que aproximadamente 21% das crianças vivem em situação de pobreza extrema no Reino Unido, que é formado por quatro nações: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Relatórios da entidade indicam que esse cenário atinge, principalmente, famílias monoparentais e grupos racializados, como comunidades negras e asiáticas.
Entre abril de 2023 e março de 2024, a Trussell Trust distribuiu mais de 3,1 milhões de cestas de alimentos no Reino Unido. O número representa o dobro da quantidade registrada cinco anos antes e reflete o aumento da demanda por ajuda alimentar.
O Child Poverty Action Group (CPAG), grupo de ação contra a pobreza infantil, estima que o número de crianças em situação de pobreza pode chegar a 4,8 milhões até 2030, caso medidas de proteção social não sejam ampliadas. A organização também recomenda que o governo suspenda o limite de dois filhos imposto a famílias beneficiárias de assistência social, política que vem sendo apontada como um fator de agravamento da vulnerabilidade.
O Reino Unido ocupa a 5ª posição entre as maiores economias do mundo em 2024, com um Produto Interno Bruto (PIB) nominal estimado em US$ 3,7 trilhões, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Comparado a outros Estados europeus, o Reino Unido registra uma taxa de pobreza infantil superior à média. Segundo dados do Eurostat, a Dinamarca e a Finlândia, por exemplo, mantêm índices em torno de 9,7%.
Estudos independentes estimam que os custos anuais da pobreza infantil para os cofres públicos britânicos chegam a 38 bilhões de libras esterlinas, incluindo despesas com saúde, educação e assistência social.
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