Na última semana, a prefeitura de Buriticupu, no Maranhão, decretou estado de calamidade pública após desastres causados por voçorocas, na cidade. O problema provocado pela erosão do solo, já existe há pelo menos três décadas e causou mais transtornos nos últimos dias, após as chuvas de verão. Segundo a prefeitura, 1.200 pessoas e 250 moradias estão em área de risco.
As voçorocas são enormes buracos no chão com uma extensa profundidade, que já ocorre na cidade que fica a 400 km da capital São Luís, há pelo menos 30 anos. Em janeiro, uma casa foi totalmente engolida e causou pânico aos moradores da região, mas os residentes haviam saído antes da tragédia acontecer.
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O decreto municipal, publicado em 11 de fevereiro de 2025, assegura que os moradores desabrigados ganhem novas residências em locais afastados do perigo. Alguns pontos da cidade já contam com buracos de mais de 20 metros.
A Justiça do Maranhão determinou que medidas sejam tomadas para conter o avanço das crateras. O prefeito, João Carlos, afirmou que no ano passado foram feitas obras de contenção.
Ao Exame, a pesquisadora Heloisa Ferreira Filizola, doutora em geografia física pela USP (Universidade de São Paulo), explicou como as voçorocas surgem. “Nenhuma voçoroca nasce voçoroca. Mas, à medida que se tem derrubada da vegetação, impermeabilização das ruas com asfalto e fatores naturais como solo frágil e declive alto, se forma o conjunto perfeito para seu surgimento“, diz a pesquisadora.
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