Erika Januza celebra estreia como apresentadora em programa sobre carnaval: “Oportunidade para mostrar a festa do povo preto”

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O carnaval está chegando, e o Notícia Preta conversou com a atriz, rainha de bateria da Unidos do Viradouro Erika Januza, que este ano estreia como apresentadora com o programa “Rainhas Além da Avenida”, no GNT. Nascida em Belo Horizonte, a artista fala sobre a nova experiência em sua carreira, sobre a importância do programa que vai mostrar as rainhas de bateria e suas relações com as escolas de samba, e o que o programa representa para ela como uma mulher preta.

Carnaval para mim é sobre respeito. Então para mim, como mulher preta, que respeita o Carnaval, conseguir essa oportunidade para mostrar a festa do povo preto, para mostrar a vida de todas essas mulheres, que também se dedicam para a festa, é importante”, diz Erika.

Erika Januza estreia como apresentadora
Foto: Ramon Rodrigues/Divulgação

O reality estreiou na última sexta-feira (14), e neste spabado chega na Globoplay Premium. Dividido em quatro episódios, o programa mostra a rotina das rainhas de bateria de grandes escolas de samba, como Beija Flor, Mangueira, Grande Rio, Mocidade Independente de Padre Miguel, Vila Isabel, Imperatriz Leopoldinense, Paraíso do Tuiuti, Unidos da Tijuca, Salgueiro, Unidos de Padre Miguel, Portela e Viradouro, em suas rotinas familiares, pessoais e profissionais até o momento de brilharem na avenida.

Erika também falou sobre o impacto do programa em mulheres negras, diante da realidade que enfrentam no dia a dia. “Eu sei o quanto a mulher negra é invisibilizada, desde quando ela nasce, desde criança. Então, quando eu, enquanto mulher preta, o Vitor (co-criador da série), ali também como, cara negro, correndo atrás para conquistar as suas coisas, tem a possibilidade de mostrar, em uma canal tão importante quanto o GNT, para poder falar de uma assunto que por tanto tempo foi marginalizado… porque o samba era marginalizado e hoje o samba é ovacionado, é imapctante”, disse ela.

“Rainhas Além da Avenida” conta a história de mulheres com uma profunda conexão com a comunidade e que cresceram no mundo do samba e das celebridades que se apaixonaram pelo universo das agremiações. Erika Januza acompanha a rotina de Lorena Raíssa, Mayara Lima, Fabíola de Andrade, Lexa, Viviane Araújo, Andressa Marinho, Paolla Oliveira, Evelyn Bastos, Bianca Monteiro, Maria Mariá e Sabrina Sato.

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Ao ver já o primeiro episódio, a artista conta que não conteve as lágrimas e relembrou que o que vive hoje no carnaval, não era algo que conseguia imaginar antes.

“Eu e o Vitor Carper já choramos à beça de pensar nisso, de pensar nessa possibilidade, desse lugar, dessa oportunidade. Quando eu vi a abertura (do programa), eu chorei. Quando eu vi o primeiro episódio, eu chorei. A gente chora, chora, chora, porque nunca me imaginei nesse lugar. Eu nunca tinha me imaginado no Carnaval. Eu achava que era algo muito distante de mim, porque eu achava tão distante. Eu respeitava e falava ‘eu preciso dar o meu melhor’, eu estou querendo dar o meu melhor”, declara ela.

Além disso, Erka também pontuou a diversidade de realidades que são compartilhadas com o público ao longo dos 4 episódios.

”Tem 12 recortes de diversidade ali, um completamente diferente do outro, mas quando se junta neste lugar de Carnaval, a nossa história se encontra em um monte de lugares. Eu posso não chegar de jatinho, eu posso chegar de mototáxi, eu posso ir de ônibus,  eu posso ir de carro, mas, no final das contas, dessa mistura toda, a gente para no mesmo lugar que é o amor pelo Carnaval. Eu estou conseguindo, como mulher negra, conduzir esse fio. Eu, como Erika, posso dizer que eu já fiz alguma coisa para honrar os que foram”, conta Erika.

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