Oxê no STF: Instituto quer machado de Xangô no Supremo ao lado de símbolos católicos

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O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu na última semana, um pedido para que um oxê, um machado de Xangô, seja colocado no plenário da Corte. O pedido foi feito pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-brasileiras (Idafro), já que em novembro do ano passado o STF entendeu que a presença de imagens católicas não fere a laicidade do Estado e nem a liberdade religiosa.

Diante disso o Idafro pediu a justiça que os símbolos de religiões afro-brasileiras também estejam representados no Judiciário. O Oxê, um machado de duas laminas, é a ferramenta de Xangô, o orixá da justiça na cultura iorubá. As religiões de matriz africana tem o machado como símbolo da justiça e poder, já que Xangô foi rei de Oyó, região iorubana compreendida atualmente entre Benin e Nigéria.

Em dezembro de 2024, o Superior Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o TJ-RJ, se tornou o primeiro tribunal a acolher um oxê, o machado de Xangô /Foto: reprodução redes sociais.

Para o Idafro colocar o Oxê no STF é uma forma de fazer valer a igualdade de tratamento entre as religiões e culturas que compõe o país.

Oxê no STJ

Em dezembro de 2024, o Superior Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o TJ-RJ, se tornou o primeiro tribunal a acolher o machado de Xangô. Em entrevista ao ICL Notícias, a Ìyálaṣé Arethuza Doria de Ọya, membro da Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra da OAB-RJ disse:

“Para nós, o Oxê de Xangô não é apenas um símbolo religioso. É um símbolo cultural dos diversos povos pretos que vieram escravizados para o Brasil. Por isso esse diálogo é tão importante. Trata-se de um debate sobre reparação histórica. O Brasil nos deve isso”, explicou.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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