Das denúncias registradas de violência contra a mulher, pelo Ministério das Mulheres em 2024, 52,8% foram feitas por mulheres negras. As denúncias foram realizadas nos canais de atendimento disponibilizados pelo governo federal, sendo o Whatsapp um dos principais, com 63,4% de denúncias, seguido por telefonia e e-mail. O disque 180 registrou ao todo um total de 750.687 atendimentos em 2024, uma média de 2.051 por dia.
A Central de Atendimento à Mulher – 180, é um serviço gratuito para o enfrentamento de violência contra a mulher. O programa ampliou seu alcance indo além das denúncias, o serviço possui a função de orientar as mulheres em situação de violência, indicando-as para os serviços específicos da rede de atendimento. O ligue 180 oferece ainda a oportunidade de poder se informar sobre os direitos das mulheres, redes de atendimento e acolhimento etc.
Mesmo com todo aparato oferecido pelo governo, pesquisas apontam que mais de 12 milhões de mulheres negras já sofreram violência no Brasil, representando 65,6% de um total de cerca de 18 milhões que já sofreram violência; seja ela física, psicológica e/ou sexual.
Os dados apresentados são da quarta edição do relatório “Visível e Invisível” realizada pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). No que diz respeito à incidência, mulheres negras apresentaram taxas mais altas de violência (29,9%) em relação às mulheres brancas (26,3%).
É importante pontuar que a violência contra a mulher acontece desde muito cedo. Segundo o Instituto de Pesquisa Datasenado em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência, 53% das mulheres negras foram vítimas de violência doméstica antes de completarem 25 anos.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, pontua que o aumento significativo no número de atendimentos demonstra a maior confiança da população brasileira, bem como a melhoria na divulgação do Ligue 180.
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