Liberação de agrotóxicos e defensivos biológicos bate recorde no Brasil em 2024

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Em 2024, 663 produtos classificados como agrotóxicos e defensivos biológicos, foram aprovados no Brasil, ou seja, um aumento de 19% na comparação com 2023 (555). Os dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) revelam um recorde desde 2000, quando apenas 82 produtos usados para o controle de pragas e de doenças em plantações, foram aprovados.

Em 2023 foi sancionada a Lei 14.785, de 2023, que encurta prazos e modifica regras para aprovação e comercialização de agrotóxicos. Mas a aprovação ocorreu com 17 vetos, entre eles os que dariam ao Ministério da Agricultura a competência exclusiva para registros de pesticidas, produtos de controle ambiental e afins.

Pulverização de agrotóxicos em plantação brasileira – Foto: Cenipa/Divulgação

Dos 663 produtos aprovados, 541 são agrotóxicos genéricos, e 15 são novos, além de 106 serem defensivos biológicos, que são considerados de baixo risco, já que podem ser feitos a partir de componentes como hormônios, insetos, vírus, entre outros.

O Ministério da Agricultura informou ao g1 que o número de liberações tem relação com as quantidades de registros protocolados nos órgãos competentes, e que foi dada prioridade aos registros de produtos de baixo risco.

A média generalista Anita Dias alerta para o perigo dos agrotóxicos nos alimentos, para a saúde da população. “Além do risco de câncer do sistema hematopoético (ex: linfomas) há acometimento de glândulas como a tireoide, cerebral e modificações de DNA, o que torna o uso de agrotóxico um risco para a saúde humana“, diz a médica, que continua:

“Os agrotóxicos podem causar diversas formas de adoecimento, sendo mais comum em populações diretamente expostas ao produto, como trabalhadores rurais. Exemplos de intoxicação por agrotóxicos, chamados de organofosforados são: salivação, lacrimejamento, redução da frequência cardíaca, espasmos dos brônquios pulmonares (simulando uma asma), incontinência urinária”, aponta Anita.

Leia também: Agropecuária tem quarto recorde seguido de emissões de poluentes em 2023

Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

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