Defensoria Pública da União defende que homenagens a racistas sejam retiradas de espaços públicos

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Uma nota técnica da Defensoria Pública da União (DPU) defende que o nomes de pessoas associadas ao escravismo, racismo e eugenia, sejam retirados de espaços públicos no Brasil. De acordo com o documento, a medida é uma “reparação histórica em favor da população negra e como forma de combater as desigualdades estruturais geradas pelo período da escravidão“.

O documento foi elaborado pelo Grupo de Trabalho de Políticas Etnorraciais da DPU, e está estruturado  em quatro eixos principais: a aplicação da justiça de transição aos direitos da população negra no Brasil; as dimensões dessa justiça no combate ao racismo; a pertinência da remoção de nomes associados à escravidão e ao racismo de espaços públicos como medida de reparação histórica; e o compromisso do Estado no combate ao racismo.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Retirar o nome de locais públicos de quem contribuiu diretamente para a construção de uma ciência eugenista e racista é imprescindível para o combate ao racismo. Não se pode aceitar que praças, ruas, pontes e prédios públicos, ou seja, espaços construídos ou mantidos pelo Estado, sejam lugares de celebração de quem outrora legitimou hierarquias raciais até hoje presentes em nossa sociedade”, diz o documento.

A nota técnica do DPU foi emitada e apresentada por conta de uma audiência pública relacionada a uma ação em tramitação na Justiça de São Luís, no Maranhão, que questiona a moralidade administrativa de uma homenagem concedida ao psiquiatra Nina Rodrigues (1862-1906). O médico possuia ideias racistas e eugenistas.

No Rio de Janeiro, neste mês, o prefeito da capital aprovou uma lei que revogou outra, que vetava a homenagem a escravocratas, eugenistas e pessoas que tenham violado os direitos humanos em monumentos na cidade do Rio de Janeiro. A revogação aguardava apenas a sanção de Eduardo Paes, já que foi aprovada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro por 24 votos a favor e 10 contra no início de dezembro.

Leia também: Eduardo Paes revoga lei que proibia homenagens a escravocratas no Rio

Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

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