Justiça mantém condenação de mulher por incitar discriminação contra regiões Norte e Nordeste nas redes sociais

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Uma decisão unânime da 10ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) divulgada na última quarta-feira (08), manteve a condenação de 2 anos de reclusão e 10 dias multa para uma mulher, que não foi identificada no documento da decisão, por incitar discriminação contra regiões Norte e Nordeste nas redes sociais. A mulher publicou em seu perfil nas redes sociais ofendendo as duas regiões em 2014, após a eleição de Dilma Rousseff (PT).

Não dá pra acreditar, a parte do país onde mais se trabalha, onde mais se produz, onde mais pagam-se impostos, votam Aécio, no Nordeste e Norte votam na Dilma… vamos lá pessoal… trabalhar mais 4 anos pra sustentar o Nordeste e seu Bolsa família… vamos dividir essa porra de país, quero ver sem o nosso dinheiro como essa merda de PT sustenta essa região…. #merdadepaís #pãoecirco #populaçãoburra #temquesefuder”, disse a mulher.

Foto: Pexels

Os magistrados da TRF1 negaram a apelação feita pela mulher contra a sentença da 7ª Vara Federal do Mato Grosso. Ao contestar a decisão anterior, Monique alegou que “não tinha a intenção de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou o preconceito contra os nordestinos“, já que não usou a palavra ‘nordestino’ na publicação, disse que apenas expôs sua opinião a respeito das eleições presidenciais e que tem direito à liberdade de expressão.

Mas para a juíza federal convocada Rosimayre Gonçalves, a ré violou os princípios constitucionais de igualdade e dignidade humana. “As manifestações de opinião, sobretudo em redes sociais por meio da internet, revelam dificuldades na aferição de tratar-se apenas de uma livre manifestação de pensamento dentro do primado constitucional da liberdade de expressão ou se transbordam para uma opinião deletéria de cunho preconceituoso e discriminatório que a lei reputa típico penal”, disse.

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

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